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Alex Ferguson estava próximo de completar quatro anos de Manchester United quando o clube se convenceu de que era hora de mandá-lo embora. Bastava a eliminação na terceira fase da Copa da Inglaterra de 1990/91, para o Nottingham Forest, e não existiria Sir Alex, nem Fergie Time. Mark Robins fez o gol que classificou o Manchester, salvou o emprego de treinador e… bem, o resto da história vocês conhecem.

Se Ferguson, exemplo de longevidade e trajetória vitoriosa, em um mercado mais estável para treinadores, ficou a um resultado de ser chutado, imagine com Marquinhos Santos, técnico estreante, com pouco mais de um ano de emprego no movediço mercado brasileiro. Não é possível cravar que Marquinhos cairia se perdesse para o Bahia. Mas não precisa ser gênio para dizer que a pressão para dispensá-lo seria enorme. Um preço alto que o presidente do clube teria de calcular se valeria a pena pagar.

O gol de Alex salvou Marquinhos. E evitou que o Coritiba caísse na tentação de cometer uma bobagem, que seria demitir seu treinador. Há problemas maiores. Alex estabeleceu uma linha de corte interessante, o período entre os jogos contra Botafogo e Bahia. Marquinhos foi remontando o time com o tempo e as peças que sobraram em uma sequência de viagens, jogos, lesões, retornos adiados e suspensões. Contra os baianos, levou para o campo ou para o banco todos os jogadores disponíveis no elenco alviverde. Uma matéria-prima insuficiente.

Se a matéria-prima é insuficiente, o problema está muito mais na sala com ar-condicionado onde se decidem as contratações do que no banco de reservas. Em 2013, o Coritiba fez uma opção clara pela experiência. Concentrou as contratações em atletas com mais de 25 anos e experiência internacional: Leandro Almeida, Iberbia, Botinelli, Alex, Júlio César, Bill, Vitor Júnior e Uelliton (o único da turma sem ter jogador no exterior). Alex deu incontestavelmente certo. Leandro Almeida foi bom. Vitor Júnior tem sido útil. E para por aí. Os garotos tiveram pouco espaço. Não funcionou.

As contusões também são um capítulo que está além de Marquinhos. O calendário castiga todo mundo, mais ainda quem tem elenco frágil – o Cruzeiro, líder, tem sofrido com várias lesões, mas tem um elenco mais completo. Ainda assim, é necessário refletir se o trabalho feito é adequado à massacrante agenda de jogos.

Marquinhos também erra. O Coritiba deixou de jogar fora de casa com a mesma obsessão pela posse de bola que joga como mandante. Diogo havia sido fritado pelo presidente do clube com a história do "eu, com 65 anos, não tomaria um drible desses" e foi escalado em casa. Erros pontuais, que se corrige com trabalho e bom senso, não com uma demissão. Para 2014, aí sim, o Coritiba precisa rever conceitos. Não na função de Marquinhos, mas na condução de futebol, na política de contratações e no uso dos garotos da base. Com Felipe Ximenes? Se ele tiver humildade de reconhecer que este ano e o passado foram piores do que 2010 e 2011 – e, principalmente, se dispuser a mudar algumas ideias –, por que não?

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