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É da venda de produtos oficiais – e não de uma luva fixa – que sairá o lucro do Coritiba do ainda não assinado contrato de fornecimento de material esportivo com a Nike. A empresa americana não pagará uma luva milionária pelo acordo, mas se compromete a fornecer material em quantidade, variedade e velocidade suficiente para o clube incrementar essa fonte de receita e fazer o negócio se tornar na prática bom como ele é na teoria. A Nike também montará duas lojas oficiais. A do Couto Pereira é certa, mas a outra, pretendida para a Rua XV, ainda dependeria de uma melhor negociação de locação do imóvel.

Reduzir a pedida da luva e apostar na venda de produtos foi uma maneira de viabilizar o acordo, driblando uma realidade triste do futebol paranaense: somos um mercado periférico, no qual as grandes empresas investem pouco porque não têm muita exposição e as maiores empresas do estado preferem não investir no esporte. A Portuguesa, na primeira divisão do Paulista e do Brasileiro, atinge mais gente que o Coritiba na primeira divisão do Paranaense e do Brasileiro.

As principais fontes de receita do Coxa continuarão sendo direitos de transmissão e sócio-torcedor. O contrato de material esportivo pode se tornar um bom complemento. Mas dependerá diretamente do time ir bem em campo – e da nova carta de produtos ter preços acessíveis – para estimular o torcedor a comprar nas lojas oficiais do clube.

Foguete molhado

Há um termo, divertido e preciso, entre a rapaziada que cobre categorias de base para definir jogadores promissores que não viram craques: foguete molhado. A comparação é quase literal. Um foguete molhado estoura, faz grande barulho, mas não decola.

Keirrison está a ponto de virar um foguete molhado. Para muita gente, já virou. Os últimos bons momentos do K9 são do primeiro semestre de 2009, quando ele, em boa fase no Palmeiras, acertou sua transferência para o Barcelona. Nunca disputou uma partida oficial sequer com a camisa do Barça. E fez pouco mais do que isso com as camisas de Benfica, Fiorentina, Santos e Cruzeiro.

Keirrison está novamente em Curitiba, para fazer uma nova cirur­­gia de joelho, para corrigir uma nova ruptura de ligamentos, exatamente como aconteceu em 2006, pouco depois de ele fazer os primeiros jogos pelo Coritiba. Agora, ficará sem jogar pelo menos no primeiro semestre do ano que vem. O Cruzeiro já disse que, após a finalização do tratamento, devolverá o jogador para o Barcelona. E aí o Coritiba pode entrar na história.

A melhor fase da carreira de Keirrison foi no Alto da Glória. O Keirrison de 2007 e 2008 joga mais que Marcel e Leonardo nos seus melhores momentos. A questão é se algum dia voltaremos a ver este Keirrison novamente em campo. Uma resposta que só saberemos em seis meses. Até lá, fica difícil discordar que o K9 esteja muito mais para um foguete molhado.

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