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A reclusão do Atlético faz com que qualquer manifestação pública de alguém do clube, sem ser pelos veículos oficiais, seja superdimensionada, mesmo que não traga novidades. É o caso das entrevistas concedidas por João Alfredo Costa Filho desde domingo, quando ele anunciou sua saída da vice-presidência de futebol.

João Alfredo fala em poder concentrado nas mãos de Petraglia, em falta de autonomia, em gente dizendo amém às determinações do presidente, em um conselho sem voz. Qual a surpresa? Esse é o Atlético sob o comando de Petraglia há quase dez anos. João Alfredo verbalizou o que já se sabia de cor e salteado.

Petraglia é claramente favorável a uma estrutura administrativa com muito mais funcionários do que diretores eleitos. Não está errado. É o profissionalismo que tanto se pede no futebol. Especialistas com experiência de mercado cuidando das áreas para a qual são preparados para trabalhar. É muito melhor ter um funcionário com dedicação exclusiva para cuidar do futebol, da comunicação, do marketing, das finanças do que um diretor que precisa conciliar os compromissos do clube com os de seus negócios. Na teoria.

Na prática, só funciona se houver autonomia. O presidente só entra em campo em último caso. Em penúltimo caso, recorre-se ao diretor eleito.

No Atlético não funciona assim. Tudo tem de receber o carimbo de Petraglia. Culpa do perfil centralizador do presidente, mas – e agora passo para a dedução – não se resume a isso. Qualquer organização com um cabeça centralizador acaba criando uma zona de conforto para quem está abaixo no organograma. Uma zona cinzenta em que decisões são tomadas e ideias são barradas sob a desculpa de que o patrão não gosta, o patrão não quer. É uma regra de raras exceções.

Como também parece ser exceção a insatisfação do Conselho Deliberativo mencionada por João Alfredo. Os conselheiros atuais do Atlético foram colocados lá por Petraglia e sempre deram plenos poderes ao presidente. Não consigo dissociar esse clamor por mais voz dos resultados em campo. O que me leva a crer que uma sequência de resultados que tire o time da zona de rebaixamento e uma classificação convincente às oitavas de final da Copa do Brasil matará o motim na raiz.

João Alfredo

João Alfredo Costa Filho tem um peso considerável na volta à Série A e não existe rejeição a seu nome dentro ou fora do Atlético. É, automaticamente, um nome forte para a eleição do ano que vem. Resta saber se terá estômago para a rede de contra informação que se formará na internet a partir do momento que sua candidatura ganhar musculatura.

Alberto

O Alberto Valentim que armou exemplarmente a defesa do Atlético no Atletiba, a ponto de anular o rival e flertar com a vitória, tem futuro como treinador. O Alberto Valentim segurança, que tirou Vagner Mancini por uma porta secundária do aeroporto na sexta-feira, só tem futuro sob as asas de Petraglia.

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