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O governo brasileiro está ficando refém da CBF quanto à organização da Copa do Mundo de 2014. Em visita ao país durante a semana, o presidente da Fifa, Joseph Blatter repetiu pela milionésima vez o discurso de que só depende do Brasil a promoção do Mundial. Colocou uma faca no pescoço do poder público.

Entre as "exigências" do cartola suíço, melhorias na estrutura de transportes, rede hoteleira e, claro, a construção de estádios – dez pelo menos. Um cardápio básico para abrigar o Mundial, que nem é preciso ser muito esperto para montá-lo.

O problema é: quem vai pagar a conta? Ricardo Teixeira fala em investimento privado de uma maneira extremamente vaga. Até agora não apresentou nenhuma empresa interessada em bancar uma Copa no Brasil. Também não se sabe como os investidores serão atraídos e nem se tem a noção exata do que realmente precisa ser feito.

Só para ficar em um exemplo: se achar dez estádios em condições de abrigar o Mundial já é impossível, o que dizer de 32 centros de treinamento para atender as seleções na fase de preparação? Situação desperadora, e que ainda nem foi mencionada pelos cabeças do projeto Brasil 2014.

Tudo se parece muito com o Pan de 2007, que começou com a promessa de benfeitorias diversas para o Rio de Janeiro a um custo razoável. A menos de um ano da competição, as benfeitorias foram esquecidas e o orçamento quintuplicou. A conta está sendo cobrada do governo – e repassada aos contribuintes.

Se até os dirigentes do COB, que ostentam a aura de mais bem preparados do meio esportivo, meteram os pés pelas mãos para organizar uma versão amplificada de Jogos Estudantis, imagine a explosiva combinação entre a direção da CBF, presidentes de federação e a cartolagem dos clubes. Certamente os projetos vão ser montados e a conta, enviada para Brasília, sob a desculpa de que o governo tem a obrigação de viabilizar a Copa do Mundo no país.

Pangarés e corajosos

O Coritiba começou a cair para a Segunda Divisão quando o presidente Giovani Gionédis chamou os atacantes de pangarés. O que era um "apelido carinhoso", nas palavras do cartola, passou a referência fácil na imprensa para a inoperância ofensiva do time e acabou como síntese da catastrófica campanha alviverde. A comparação com o cavalo ordinário minou a confiança de um grupo que já não era uma maravilha, e o resultado inevitável foi o descenso.

Na atual temporada, com Gionédis menos falante, Bonamigo tratou de rotular parte do grupo. Ao dizer que escalaria os mais corajosos, imediatamente deu a quem deixou o time a condição de covarde. E agora, que nem os corajosos resolveram, com que cara o treinador vai pedir ajuda aos supostamente medrosos?

O jogo contra o Santo André provou que só coragem não basta para vencer no futebol. É preciso ter qualidade técnica e organização tática, artigos em falta no Coritiba, que no último mês conseguiu a façanha de regredir ao estágio do começo da temporada, quando dependia dos milagres de Artur para evitar as derrotas.

O Coritiba ainda tem 11 jogos pela frente na Série B. Com mais 20 pontos deve se classificar. O Paulista, quarto colocado, só supera o time paranaense pelo saldo de gols. Na teoria a missão é ridiculamente fácil. Mas na prática, o Alviverde fica, a cada rodada, mais distante da volta à Primeira Divisão.

Troca de turno

Enquanto Carneiro Neto volta das merecidas férias na Europa, Tostão inicia o seu merecido descanso. E este colunista-tampão ganha uma sobrevida. Até o fim de outubro, nos encontramos às quartas e domingos.

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