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A temperatura política do Atlético vai aumentar nos próximos dias. Está em andamento uma mo­­bi­­lização de sócios e conselheiros para convocar uma reunião extraordinária para destituir a diretoria. Segundo o estatuto do clube, com a assinatura de 200 dos 300 conselheiros a assembleia pode ocorrer.

Embora diga que a iniciativa parta de sócios e conselheiros, Má­­rio Celso Petraglia é incentivador e grande beneficiário do processo. A partir da internet, o ex-presidente articula a possível volta. Seja em sua cada vez mais ácida e frequente atuação no Twitter, seja instigando o movimento de seus se­­guidores no Facebook e em fóruns.

Petraglia diz a verdade quando garante que não será candidato. Sua intenção é – em caso de destituição – ser apontado pelo Deli­­be­­rativo como uma espécie de interventor, o responsável por conduzir a transição até a eleição de dezembro. E tratar diretamente dos se­­guintes pontos: direitos de transmissão do Brasileiro, obras na Are­­na para a Copa, departamento de formação (leia-se refazer as parcerias articuladas por ele e canceladas por Malucelli) e gestão do clube (re­­compor o oneroso quadro administrativo do mandato de Fleury).

A essa altura, o leitor questiona qual o argumento para destituir a diretoria. Até onde se sabe, não há caso flagrante de irregularidade. O argumento é de que um conjunto de equívocos estaria comprometendo o futuro do clube. Argu­­mento que beira a subjetividade, mas que, com dois terços do Con­­selho a favor de uma assembleia, teria mais chance de ser aceito.

Petraglia tem citado a queda de ditaduras no Oriente Médio, po­­tencializada pela articulação na in­­ternet, como exemplo. Isso me lembra que os go­­vernos de França, Estados Uni­­dos e Reino Unido têm se perguntado se vale a pena apoiar os rebeldes líbios sendo que eles podem estabelecer uma nova ditadura. Os atleticanos devem fazer o mesmo questionamento antes de decidir se vale dar armas a quem dirigiu o clube por 14 anos.

Arena

Os seguidos pedidos de ajustes no projeto da Arena são a principal razão para a demora no início das obras. A cada vistoria da Fifa, um novo detalhe é pedido no estádio atleticano – realidade comum aos demais. Se não houver mais nenhum pedido, a previsão é abrir o processo de licitação em cerca de dez dias.

Aí, entra outra variável: o de­­par­­tamento jurídico estuda a possibilidade de trocar a concorrência pela carta-convite. O objetivo é ganhar tempo. A concorrência consome pelo menos 60 dias, contra 30 do convite – fora o risco de contestações judiciais. O clube já recebeu de cinco a sete consultas de construtoras interessadas na obra. Deste universo serão extraídas as convidadas, com a possibilidade de outras candidaturas.

Assim, o clube ganha mais um mês na obra e freia o aumento do orçamento. As estimativas passaram de R$ 130 milhões para R$ 180 milhões, muito por causa do encarecimento dos custos do aquecido mercado de construção civil.

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