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Jornalistas se deliciam quando fazem uma previsão certa, mas geralmente fingem que não é com eles quando erram. Há algumas semanas tenho me questionado sobre o que escrevi a respeito de Morro García. Revisitei minhas postagens no Bola no Corpo sobre a contratação do uruguaio, em que falei da adequação do seu futebol ao que o Atlético precisava e de que ele poderia render não só com a camisa rubro-negra, mas também quando deixasse a Baixada.

Confesso que fiquei corado. Morro García é um mico de rabo longo. Menos pelo seu futebol, que embora pobre até aqui, ainda tem salvação. Há um histórico de eficiência com a camisa do Nacional, o Atlético está numa temporada em que até Messi e Cristiano Ronaldo tropeçariam na bola, qualquer jogador estrangeiro precisa de um tempo de adaptação e etc.

O grande problema é que cada vez que se mexe com Morro García, fede. Buscando explicações para o mau futebol do uruguaio, o Atlé­­tico descobriu que ele chegou ao Brasil com uma lesão na planta do pé. Contusão escondida pelo jogador por medo de perder espaço no time. Demonstração de raça disfarçada de molecagem.

Depois veio o doping, que, agora, ganha forte cheiro de marmelada. O Atlético vai a Montevidéu apurar mais detalhes sobre o caso e não descarta suspender os pagamentos ao Nacional pelo atacante. A suspeita é de que o clube uruguaio já sabia do problema quando vendeu o jogador. Se a suspeita se confirmar, será apenas o início de uma batalha que certamente chegará à Fifa. E que transformará em gol contra aquela que parecia ser a única bola dentro do ex-diretor de futebol Alfredo Ibiapina.

A boa volta de Davi

A boa volta de Davi é a grande notícia deste fim de Brasileiro para o Coritiba. O meia foi um dos protagonistas do time no primeiro se­­mestre, até o mágico 6 a 0 sobre o Pal­­meiras. A partir dali perdeu ren­­dimento, deu um suspiro na final da Copa do Brasil, mas logo en­­fiou-se em uma espiral de contusões e mau futebol. Fez ressurgir o grande fantasma que assombra a sua carreira, o da dificuldade de jo­­gar bem por um longo tempo. Pelo caminho, ouviu até insinuações de que estava fazendo corpo mole enquanto a diretoria não definia se exercia o direito de preferência na renovação com o jogador.

Davi precisa estar feliz para jogar bem. Foi isso – e não qualquer corpo mole ou proposta de outro clube – que fez o seu futebol minguar. É sempre um risco manter um jogador assim. Mas um risco que pode valer a pena, vide o que Davi fez no Paranaense e na Copa do Brasil. Vide sua exibição contra o América-MG.

Marcelo Oliveira já disse que irá uti­­lizar Davi contra o Palmeiras. Dali, talvez tire o seu veredito sobre a necessidade de manter o meia no elenco. Não há, no Alto da Glória, outro jogador com a característica de Davi. Mas an­­­tes de qualquer movimento pa­­ra mantê-lo, é preciso ter a segurança de que o jogador conseguirá ser constante o maior tempo possível.

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