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Há coisas óbvias no jornalismo. Nesta época do ano não há como fugir da famigerada retrospectiva. Assim como as tradicionais pautas sobre as promoções de Natal, trocas de presentes, balanço das mortes nas estradas após o feriadão, as retrospectivas têm cadeira cativa no noticiário. No esporte, não fugimos à regra.

Bem, então vamos a ela, a retrospectiva. Comecemos pela Copa São Paulo de Juniores. Me­­rece um aplauso a campanha do Atlético, derrotado na final pelo Corinthians, no melhor desempenho do Paraná na história da competição.

Passemos ao Estadual. Quanta confusão. Os auditores do TJD jogaram mais que os "craques". O su­­permando foi a estrela da competição, que teve no campo o J. Malu­celli como destaque. Vice-cam­­peão, deixou escapar o título em um jogo contra o Nacional, fora de casa, depois de bater impiedosamente no Trio de Ferro.

A Copa do Brasil foi o ponto alto de um ano trágico para o Cori­­tiba. Eliminado nas semifinais, o Coxa chegou perto de uma grande conquista prometida para comemorar o centenário. Foi o melhor momento do futebol paranaense na temporada. Um "quase". No mesmo torneio, Atlético, Paraná e J. Malucelli fizeram campanha pífia.

Sobraram os "Brasileirões". De a A a D, sem passar pela Série C (onde não temos representantes), um fiasco atrás do outro. Rebai­­xamento foi a palavra de ordem. Passamos mais tempo preocupados em não cair do que em levantar alguma taça. Campanhas medíocres desempenhadas por times medíocres formados por administrações igualmente medíocres. Nenhuma graça. Nada para guardar com ternura na memória.

O arrastão do Couto Pereira foi a síntese do nosso desespero, da nossa falta de esperança. O retrato da miséria que vivemos no futebol paranaense. Da pobreza que tomou conta das nossas almas futebolísticas. Urge reagir. Que providências podemos tomar? Na semana passada Airton Cordeiro nos convocou para uma união paranaense contra os males que nos afligem. É o ponto de partida. Precisamos romper nossas fronteiras e despertar entre nós a curiosidade de conhecer outros mundos, outras realidades.

Vencemos o Brasileiro duas vezes, em 1985 e 2001. Pouco, não acham? Jamais conquistamos a Copa do Brasil, a Libertadores (te­­mos um vice em 2005) ou a Sul-Ame­­ricana. Como podemos nos considerar grandes? A história se escreve pelos feitos. E, o que temos feito? Quase nada. As retrospectivas servem muito mais para abrir nossos olhos do que para aguçar nossas lembranças. Erramos quando invertemos esses valores.

Personagem: Hélio Cury

Substituiu Onaireves Moura após 20 anos. Entrou no comando da FPF pela via judicial e depois manteve-se no poder no mesmo estilo dos "currais eleitorais" que caracterizam as federações de futebol no país. Não houve transformação e muito menos revolução. Passa­­dos três anos, estamos piores e, pasmem, há quem sinta saudades de Moura.

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