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Economistas ensinam que uma regra primária é gastar menos do que se ganha. Assim, a conta fecha no azul. Caso contrário, o resultado é vermelho. Simples assim. Mas, no futebol, essa regra básica passa longe de qualquer planejamento. Não há orçamentos anuais e nem receitas estabelecidas, uma vez que o mercado de jogadores é a principal fonte de renda. O problema é que nem sempre são os clubes que lucram.

Vejam o caso de Keirrison como um exemplo clássico. Apenas 20% de Keirrison pertencem ao Coritiba. Os outros 80% são de empresários, investidores do futebol. Quanto ele vale? A jóia mais valiosa do elenco Coxa não dará o lucro que o clube merecia receber por ela, afinal, foi o Coritiba quem lançou Keirrison no mercado. Formou, projetou e valorizou o artilheiro.

Desde o incremento do marketing como ferramenta de apoio administrativo, o nível de receitas melhorou, mas ainda está longe de ser suficiente para bancar salários milionários de treinadores e jogadores. Uma comissão técnica custa em média R$ 200 mil por mês em clubes que apenas participam do Campeonato Brasileiro, sem disputá-lo efetivamente.

As folhas de pagamento giram em torno dos R$ 600 mil a quase R$ 1 milhão por mês. Isso considerando elencos com 30 jogadores com salário médio de R$ 20 a 30 mil reais. Atletas nesta faixa são de nível médio, nada excepcionais. Os excepcionais, os craques, esses custam mais de R$ 200 mil por mês.

Então, fica fácil entender, pelo menos para os economistas, crises como a que atinge o Botafogo e a grande maioria dos times de futebol do país. Não há como sonhar com temporadas equilibradas porque o negócio (no mais puro sentido da palavra) é liquidez e capital de giro. Quanto menor o tempo entre a revelação, projeção e negociação do atleta, melhor para clube (?) e empresários. Não importa! O "negócio" é vender rápido.

Esse é o mundo do futebol. Um mundo à parte, que paga salários que ninguém sabe explicar porque são tão altos. Os clubes vivem correndo atrás de fórmulas milagrosas: sócios torcedores, direitos de transmissão, vendas antecipadas de ingressos, camisas personalizadas, ações de marketing, entre outras tentativas de receitas. Talvez um dia, quando os dirigentes puserem os pés no chão...

Personagem: Dorival Júnior

Pediu o boné e vai embora. Sai campeão paranaense, mas deixa o torcedor frustrado pela não-classificação para a Libertadores 2009, ano do centenário.

A frase

"Eu não sou jogador de videogame", disse Ronaldinho Gaúcho, artilheiro do Milan no Campeonato Italiano, com cinco gols. O craque afirma que vai lutar para ganhar a Bola de Ouro de 2009.

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