Só falta a seleção brasileira jogar futebol. Três partidas e o time de Dunga está em dívida com o povo. Vencemos a Coreia do Norte e a Costa do Marfim, empatamos com Portugal. As ausências de Kaká, Robinho e Elano escancararam as deficiências do elenco nacional. Temos mesmo um time de brucutus sem esses jogadores.
Nossa estratégia limita-se às arrancadas de Maicon pela direita e lampejos individuais de Kaká e Robinho, únicos capazes de levar a Jabulani até os pés de Luís Fabiano. Foi o que vimos em três jogos nesta primeira fase. Para sonharmos, precisamos mais, apesar do baixo nível deste Mundial. Nossa chave abre o caminho para o hexa. A rigor temos Holanda e talvez o Uruguai como desafios para preocupar um pouco.
Do outro lado, "o bicho vai pegar", para contextualizar a copa africana. Argentina, Inglaterra, Alemanha, Portugal e Espanha ficaram do lado de lá. Do lado oposto ao nosso caminho até a final. Temos o Chile nas oitavas e depois Holanda ou Eslováquia. Uruguai, Coreia do Sul, EUA e Gana decidem outro lugar nas semifinais. Convenhamos, nosso caminho parece menos tortuoso.
Nosso problema é nosso time. Dunga selecionou os "melhores" e agora deve estar percebendo que pode ter dificuldades justamente pelas escolhas. Levou dois jogadores para cada posição, mas partiu para improvisações como Daniel Alves e Júlio Baptista quando precisou usar o banco de reservas. Robinho não entrou e os treinos secretos e a falta de informações preliminares não explicaram sua ausência em partida tão importante.
Temos um ambiente pesado, um clima tenso entre a seleção e os jornalistas que cobrem o Brasil na Copa. Os limites não foram respeitados de lado a lado e uma pressão desnecessária foi criada. Dunga fez o povo voltar-se contra a "imprensa", mas, ela, a imprensa, nem precisará fazer força para jogar o povo contra Dunga em caso de fracasso. Dunga depende do hexa porque ele próprio quis assim. O caminho está aberto. Basta jogar um pouquinho de futebol.
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