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Neymar, que é um menino inteligente, resumiu tudo: "Hoje aprendemos como se joga futebol".

A diferença entre o Barcelona e o resto do mundo é um infinito. E quando escrevi isso aqui, tempos atrás, fui massacrado por quem cobrava minha "falta de patriotismo". Torcer por nossos times é uma coisa (e até que tentei torcer ontem, pelo menos até o segundo gol dos espanhóis), racionalizar a realidade é outra. Fosse qualquer outro clube europeu, até poderíamos ter alguma chance nessa decisão mundial de clubes. Contra o Barcelona, que volta e meia goleia o Real Madrid (para não dizer dos outros), sem chances.

Ainda anteontem, véspera do jogo, tive de responder à expectativa de um vizinho, jovem jornalista, sobre as chances do Santos no confronto final de Yokohama. Quase nenhuma – e, meio que arrependido, me apressei em explicar. Contra o futebol organizado e disciplinado do Barcelona, o que poderia pesar a favor do Santos seria uma jogada individual. Só que eles também têm Messi, Xavi, Iniesta, jogadores com ótimos recursos individuais.

E o que se viu ontem foi um passeio dos catalães. Incríveis 75% de posse de bola, ocupação de todos os espaços e um futebol moderno que todos já sabíamos existir, embora cultivássemos a esperança de alguma possível brecha a ser explorada. Não havia. Não em uma partida decisiva como essa.

O Barcelona usa como nunca se fez a arte de ocupar espaços. O volante que é volante pode ser lateral ou atacante, pois o atacante pode ser meia e o lateral vira zagueiro, conforme a circunstância. Como marcar?

Há uma inevitável comparação com a seleção holandesa de 1974, que encantou o mundo com a troca constante de posição entre suas peças. A diferença é que naquele tempo corriam os jogadores, abafando qualquer possível saída do adversário. Com o Barcelona corre a bola, cadenciada, de pé em pé, enquanto os protagonistas trocam de posição a todo instante.

Não vejo a derrota de ontem, por goleada, como a catástrofe que a paixão dos torcedores (a favor ou contra) pode tentar projetar. No fundo do fundo talvez fosse o que se deveria esperar e que vale como aprendizado para o que ainda virá pela frente. Chegar ao ponto em que o Barcelona chegou não se faz ao acaso. É um projeto de pelo menos 20 anos, que veio estourar exatamente em nossos sentimentos.

Mas é assim que funciona. Imitar não é pecado.

Até janeiro

Vamos dar uma paradinha estratégica por aqui. Alguns dias para retomar o fôlego, virar o ano e recarregar as baterias, já de olho na temporada 2012. Dia 9 de janeiro esta coluna volta a ser publicada, dividindo as novidades das preparações de nossos clubes para o Estadual.

Até lá, portanto. Feliz Natal e ótimo ano-novo!

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