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Aquele jogo de ontem me fez pensar. Não pelo resultado, pela atuação de cada um, pelos destaques individuais ou pelas decepções de quem seria de se esperar mais. Mas pelos critérios de convocações, sempre questionáveis na divulgação de convocados para a seleção brasileira.

Certo que na cabeça de cada um de nós está um técnico do glorioso escrete canarinho e que jamais haverá unanimidade na escalação de qualquer time reunindo aqueles que poderiam ser os melhores do país. Mas, ainda assim, me dou ao direito de não entender alguns critérios.

E o geográfico é o principal deles. É histórico. Batalhamos por nossas revelações ou nossos destaques quando estão atuando no futebol paranaense. Isso vem lá de trás, de Dir­­ceu, de Alex, para não estender a lista. Enquanto estavam por aqui, brilhando e encantando, só contavam com o clamor de nossas vozes, paranaenses, a sugerir vaga na seleção brasileira. E nada. O passo automático ao serem negociados foi a convocação e aí a efetividade no principal grupo de elite do futebol brasileiro.

Há exemplos mais recentes, como dois dos atuais convocados, os zagueiros Henrique e Rhodolfo. Quando estavam por aqui e sugeríamos atenção especial à comissão técnica do selecionado, alguns próprios paranaenses (ah, essa nossa terrível autofagia!) ou pelo me­­nos residentes por aqui achavam exagero. Henrique foi convocado assim que chegou ao Palmeiras e Rhodolfo na primeira chamada de atletas na­­cionais desde sua transferência para o São Paulo.

Espiando essa partida entre Argentina e Brasil seria de se pensar: e por que não Leandro Donizete? O corintiano Ralf é muito bom, mas os demais convocados, com o devido respeito, não têm as mesmas qualidades do volante coxa. Isso para não falar em Emerson e Rafinha, que poderiam facilmente entrar em qualquer lista dessas se tivessem endereço em outras plagas.

A impressão que deixou essa convocação foi a de cumprir algumas formalidades, como a de contemplar a base do que já foi o Clube dos 13. Por pior ou melhor que estejam os clubes na temporada, pelo menos um jogador de cada foi convocado. E de mais ninguém. E aí surgem as discrepâncias, como a convocação de um zagueiro de time na zona do rebaixamento contra ne­­nhum nome do vice-campeão da Copa do Brasil (apenas para situar posições e conquistas, não que os critérios venham a ser estes, pois, como disse, estou só tentando entender).

Alguém vai alegar não estarem nossos clubes no primeiro degrau do futebol brasileiro e até concordo com isso, pois jamais soubemos nos impor quando por lá circulávamos (tanto que Kléberson foi para uma copa representando o time campeão brasileiro), sem permitir a queda ao bloco in­­termediário.

Sim, tem tudo isso. Mas que Leandro Donizete joga mais que qualquer um daqueles de ontem, isso lá joga.

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