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Aquele último lance do Emerson poderia ter feito a diferença. O empate fora de casa daria ao Coritiba todas as cartas para sair com a mão cheia na partida final, semana que vem, no Alto da Glória.

Mas não dá para se queixar do resultado. A partida de ontem, em São Januário, foi equilibrada e a diferença foi que o Vasco da Gama conseguiu encontrar o gol, na jogada do filho do Lela, embora o placar de 1 a 0 tenha mantido as chances de decisão em aberto, ainda que carregue o Coritiba a obrigação de fazer dois gols para poder comemorar o título inédito da Copa do Brasil.

Não foi das melhores apresentações do Coxa essa de ontem. Davi não vem rendendo bem e Bill parece ter sentido aquela pancada do primeiro tempo, caindo de produção a partir dali. Mesmo assim não abriu mão do ataque e equilibrou a disputa durante o tempo todo, levando a desvantagem para o jogo de volta.

Conta com o retrospecto de 100% de aproveitamento em casa na Copa do Brasil. Mas já se preocupa com o terceiro cartão amarelo de Anderson Aquino, fora do jogo da volta. Será a tão esperada volta do Marcos Aurélio?

Técnica ou tática?

Elba de Pádua Lima foi o melhor técnico que vi tra­­balhar. Foi bem no co­­meço de minha carreira, quando ainda era repórter e co­­bria o Coritiba. Era o Tim, para quem possa ainda não ter identificado. Aprendi muito com ele, tanto no dia a dia de trabalho quan­­to nas conversas oficiosas, no exclusivo ponto de encontro de algumas cabeças coroadas da Curitiba de então, no salão reservado do Lá no Pasquale, no Pas­­seio Público.

Lembro-me de uma pendenga dele com alguns da imprensa, que cobravam a escalação de um ponta-direita. Meu ponta-direita é o Hermes – respondia, referindo-se ao lateral-direito. Tudo porque Leocádio, que era um jo­­gador fora de série, jogava com a camisa 7 sem ter qualquer característica de ponteiro. Mas era di­­ferenciado e compunha com elegância e classe aquele ataque que ainda tinha Zé Roberto, Tião Abatiá, Paquito, Krüger... conforme a ocasião.

Jogava-se com ponta-direita ofensivo na época, todos os clubes faziam. O da esquerda ainda recuava um pouco, mas só isso. Pois Tim quebrou a regra para poder escalar o time com o máximo aproveitamento de seus ta­­lentos. Não preciso lembrar que deu certo, a história do clube está aí para provar.

Por essas e outras não entendo alguns técnicos dos dias de hoje (de Dunga a Adilson Batista, por exemplo), que pretendem moldar os jogadores disponíveis aos seus rígidos conceitos táticos, mesmo que não casem com as características de seus comandados. O resultado é quase sempre desastroso, por preterir a téc­­nica em detrimento à tática.

No Coritiba de hoje o técnico Mar­­celo Oliveira repete um exem­­plo positivo. Apologista do padrão de jogo com três zagueiros, ele mudou sua linha ao perceber que teria de encaixar Davi como titular na meia, abrindo mão de um dos defensores. O resultado foi esse início avassalador de temporada com recordes quebrados a cada instante.

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