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O assunto pode até estar meio amanhecido, pois desde domingo à noite só se ouve ou se lê sobre a conquista da seleção brasileira de futebol no Maracanã. Mas me permito pelo menos traçar algumas linhas aqui, principalmente pelo significado que tem esse triunfo para a reafirmação do futebol nacional.

Que estava em baixa, nunca tão em baixa na história, a ponto de aparecer na 22.ª colocação do ranking da Fifa (que nem eu nem você nem ninguém entende direito como funciona), por não participar de jogos oficiais nem se confrontar com seleções de ponta em partidas amistosas.

E a seleção brasileira nos surpreendeu. A todos nós – não me venha dizer que acreditava piamente nesse título –, que tínhamos na Espanha uma referência do futebol bem jogado, do controle dos passes, do domínio da partida, da frieza na escolha do melhor momento para liquidar o adversário. A final de domingo provou, sim, que temos potencial bem maior do que vinha sendo explorado e exibido nos últimos anos. E que isso pode ter reflexo positivo em todos os sentidos, em todos os clubes, na abertura de espaço para todos os jogadores, com os olhos do mercado internacional novamente voltados para a mão de obra (pé de obra?) que aqui se produz.

Isso tudo dentro de campo, claro, no "jogo jogado". Pois fora, paralelamente, foram expostos todos os grandes problemas que o país atravessa, principalmente aqueles ligados à infraestrutura proposta para a Copa do Mundo do ano que vem. E que as pessoas de bom senso já imaginariam que fossem acontecer (quem acompanha meus escritos aqui sabe bem de minha posição quanto ao assunto) e que chegaram até a ser chamadas de antipatriotas por causa disso.

Dois caminhos distintos foram abertos com o tricampeonato da Copa das Confederações (sim, tri, três títulos consecutivos): no futebol, o mais promissor possível, com o resgate da empatia entre campo e arquibancada, que jazia perdida por causa da distância alimentada nos últimos anos. Na vida de cada um, o que pode dar mais esperança de que as coisas estavam fora de controle e que agora passam a ter uma fiscalização mais atenta e participativa da opinião pública com a destinação do dinheiro gerado pelos nossos impostos.

De volta à rotina

E como a bola não para, voltemos os olhos para os nossos clubes, nossos campeonatos, que se reativam a partir do fim de semana. Que nossos torcedores se inspirem nas imagens dos jogos da seleção brasileira, que mostrava, lado a lado, torcedores do Grêmio e do Internacional, do Bahia e do Vitória, do Atlético-MG e do Cruzeiro, de Sport, Santa Cruz e Náutico, de Vasco, Flamengo e Fluminense.

Aí já acho que é querer demais, não é?

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