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Não há quem não cobre: falta o organizador das jogadas, o articulador, o 10. Tem sido assim a cada apresentação fracassada de nossos clubes. Os atleticanos ainda tentam comparar os times mais recentes com aqueles que contavam com Paulo Baier. Os coritibanos lembram com saudades dos bons tempos de Alex. E os paranistas... bem, a estes as lembranças não remetem a tempos tão próximos, pois as campanhas dos últimos anos têm sido desanimadoras.

Importante ressaltar que tanto rubro-negros quanto coxas têm ressalvas quanto ao que representaram os tais articuladores. Paulo Baier dos últimos momentos no clube não era mais o eficiente jogador de temporadas anteriores e Alex, craque indiscutível, apresentava uma instabilidade técnica em algumas partidas que se tornava preocupante, pois o time dependia dele e às vezes não obtinha retorno.

Mas, seja como for, essa cobrança de hoje oferece uma boa visão do futebol que pensamos para hoje. E que é, a rigor, o mesmo de décadas atrás, quando toda equipe concentrava suas ações em um armador, responsável pela construção das principais jogadas ofensivas. E aí, quando pensamos no que a seleção brasileira pecou na Copa do Mundo, com a retrógrada tática de seu treinador, temos de admitir que não estamos muito longe disso, tentando fazer do futebol dos dias de hoje algo que não se pratica mais em outros pontos da terra.

Claro que ainda é possível montar uma equipe com base em um jogador para distribuir as jogadas. Mas aí há problemas a serem estudados. E se ele for bem marcado? E se não puder jogar, sem um substituto à altura? Vamos reconhecer que no futebol de hoje esse tipo é uma raridade, o meia armador.

É de se contar nos dedos e o único que me vem à mente sem forçar a memória é Paulo Henrique Ganso. Que, aliás, está passando por dificuldades para se enquadrar nas definições táticas mais atualizadas que os treinadores buscam praticar.

Até dias atrás também estava no cordão que cobrava articuladores no Atlético e no Coritiba. Mas agora, pensando bem, admito que o futebol moderno não deva ficar refém desses especialistas em extinção. O que é necessário, sim, é de uma definição tática que privilegie ainda mais o conjunto, o que só é possível quando há qualidade técnica que nossos times não parecem apresentar. Uma equipe bem entrosada, com o toque de bola que permita o deslocamento de suas peças até surgir o momento da finalização é o que todos buscamos. Inclusive os treinadores ora empregados.

Mas aí voltamos lá para o início da conversa: a necessidade de contratar bem. Não o tal articulador, mas atletas que possam preencher o espaço na equipe com o mínimo de dom e de doação, o que não tem sido observado.

Tanto é que os clubes continuam anunciando reforços. Tomara que acertem desta vez.

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