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Quem mais resta? O adeus de Alex deixa um enorme vazio em cada um de nós. Pelo menos entre aqueles que tiveram a felicidade de conviver com o futebol mais maleável, malandro, que sobrepunha a técnica aos arranjos táticos. E que fazia o torcedor ir ao campo não apenas para ver seu time, mas também, sem qualquer constrangimento, pela chance de poder apreciar um craque do time adversário.

Craque, que palavra tão fora de moda. Claro que no vocabulário do narrador esportivo aparece sempre um, mas todos sabem ter sido emoção de momento, que a palavra vazia se esvai e não registra pontos na memória. Alex é craque com todas as letras. Talvez seja o último representante do encanto que o futebol proporcionava a todos nós. Do toque descompromissado, mas cerebral. Do passe calculado, mas natural. Do arremate instintivo, mas perfeito, a balançar a rede adversária sem qualquer chance de defesa ao goleiro.

Mais do que tudo o que mostra em campo, ele também tem boa cabeça, acima da média dos seus companheiros. Tanto que estabeleceu a linha final de sua trajetória profissional e seguiu-a sem correções de rumo ou apelos românticos. O fim estava escrito, era ali, ontem, naquele último toque de bola.

Que fim que nada! Era apenas outro começo. Do registro de memória de um jogador de futebol diferenciado, que sempre fez tudo parecer simples em todos esses anos de carreira. O craque de bola jamais encerrará sua carreira. Está tudo lá, registrado e aplaudido, por mais que os primeiros apelos de saudade comecem a aflorar.

A segunda-feira amanhece diferente para todos nós, apreciadores do futebol. Temos um novo Alex, agora fora de campo, ainda pesquisando terreno para fincar seus novos alicerces. Como gestor? Como treinador? É de se apostar que, seja qual for a escolha, tudo será bem feito. Craque que é craque mesmo, é em tudo. Dentro e fora de campo. E aqui fora, Alex continuará sendo, pois craque é da vida, da índole, do caráter – e aí tudo ele tem de sobra.

Baianos fora

O pessoal do Vitória alardeou, mas não fez a parte que lhe cabia. Jogou no ar que o Atlético poderia facilitar para o Palmeiras como retaliação a pendenga da rasteira que os atleticanos alegam ter levado pela ida do Léo para o Flamengo. Pois o Atlético pôs a piazada pra correr, enrolou o Palmeiras, fez uma bela despedida de temporada e saiu com o empate, passando um arrepio no torcedor palmeirense até o final.

Só que o Vitória não fez a parte dele, perdeu em casa e caiu. Tanto quanto o Bahia, que até ameaçou estragar a festa de despedida do Alex, mas fracassou.

*Esta coluna entra em recesso até o fim de janeiro. Feliz Ano Novo e até a volta.

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