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O Atlético joga hoje em Rolândia na noite das emissoras de rádio, que têm a chance de apresentar o que de melhor fazem na transmissão das partidas de nosso campeonato. Sim, porque distante das transmissões de televisão (aberta ou paga), faz o torcedor buscar pela alternativa que foi sempre a mais popular, o rádio, para saber das coisas de seu time. Novidade para muitos, acomodados com o liga e desliga da tevê, que terão de fazer como os mais fanáticos, que sabem até a árvore genealógica de todos os integrantes de todas as emissoras.

E aí vai valer a imaginação de cada narrador, que, livre da concorrência da imagem, pode florear à vontade, utilizando o estoque de "bolas raspando" e "jogadas sensacionais" que havia arquivado fazia um bom tempo.

Avestruz

Não imaginava a diretoria atleticana ser possível tão negativa repercussão à atitude de bloquear o acesso a todas as informações do clube. É único no mundo, pois até mesmo os mais fechados clubes europeus – nos quais os cartolas rubro-negros tentam se espelhar – oferecem espaço para captura de imagens de seus treinamentos e janelas de entrevistas de alguns de seus profissionais antes e depois das partidas oficiais.

A qualquer protesto (que tem sido enorme a partir de seus próprios torcedores, pelo que se vê em manifestações no site do clube) o argumento é o de que as informações não estão sendo tolhidas e sim canalizadas ao tom oficial do clube – e direcionadas aos desejos do que pode ou não pode ser dito. O que, no fundo do fundo, é nada, pois até mesmo o torcedor mais fanático e seguidor mais fiel dos preceitos da atual diretoria não concorda na totalidade com suas decisões ou opiniões. Toda unanimidade é burra – dizia Nelson Rodrigues.

Tem um ponto, porém, que deve ser considerado: o resultado em campo. O torcedor só quer saber de vencer e vencer, de ser melhor que os concorrentes diretos. Se isso ocorrer (o que não é muito provável com um time misto), tudo passa. Caso contrário, a pressão aumenta a cada enrosco, forçando mudanças de comportamento e de decisões.

Houve a oportuna intervenção do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, argumentando a favor de uma reabertura, e pode ser que a semente germine, pelo menos para reconduzir o relacionamento entre as partes ao nível do razoável, com mútuo respeito profissional. Até mesmo para que se abram os olhos dos dirigentes rubro-negros, que conseguem empanar um trabalho bem feito com atitudes que fogem ao comum, permitindo que a grande imprensa nacional ocupe seus poucos espaços destinados ao clube com a bizarrice das informações sobre esse inconcebível boicote.

É o princípio do avestruz, que enfia a cabeça na terra, imaginando assim poder se livrar de todos os problemas do mundo.

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