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Ainda estou tentando entender essa, digamos, “Operação Ronaldinho Gaúcho” no Coritiba. Difícil, pois nem mesmo a diretoria coxa está se entendendo quanto ao caso, apresentando alas favoráveis e outras francamente contrárias à vinda do jogador. Que é, sim, um ícone do futebol brasileiro dos últimos tempos, mas já deixou sua vida útil de atleta lá atrás, quando decidiu se entregar aos prazeres mundanos que sua fortuna permite pagar.

Ronaldinho seria peça importante numa campanha de marketing, de abertura de fronteiras internacionais – justificam os favoráveis à sua contratação. Sim, seria mesmo. Poderia chegar à frente da delegação, distribuir sorrisos e autógrafos aos fãs e atrair a atenção para o clube, ainda pouco conhecido lá fora (apesar do ótimo retrospecto em excursões internacionais de décadas passadas).

Mas sua influência terminaria aí. Do social para dentro de campo seria uma diferença apreciável que só prejudicaria o Coritiba e até mesmo sua imagem. Porque é ex-jogador – não há como considerar de outra maneira quem está parado há três anos, sem qualquer atividade exceto uma exibição descompromissada aqui e outra ali.

Sua possível inserção no contingente de trabalho coxa seria um desastre, pois certamente iria minar todo o trabalho de grupo que se realiza neste início de temporada, quando são estreitados os laços de convivência entre os profissionais, comissão técnica e atletas. Se ainda fosse para treinar firme, entrar em forma e alcançar a mesma condição física dos demais, vá lá. Foi jogador acima da média e poderia, em forma, ainda mostrar um pouco do que o mundo aplaudiu por muito tempo. E esse pouco já seria bem mais do que o muito de outros tantos que existem por aí.

Mas aí vem a questão: será que ele realmente quer isso? Se estivesse realmente interessado, poderia propor um trabalho exclusivo (de alguns meses, pelo menos) para entrar em forma, recuperar o reflexo e aí vir se apresentar para começar a lida em conjunto. Precisaria de muito foco e muita força de vontade, o que, convenhamos, não parece se enquadrar no perfil do meia gaúcho.

Devaneios à parte, o que o Coritiba precisa agora é voltar todas as suas atenções para a preparação da equipe, seriamente antenado em melhor rendimento que em temporadas anteriores, para deixar de lado o já crônico sofrimento para fugir de rebaixamento, substituindo por alvos mais interessantes e palpáveis.

E aí, um dia, se Ronaldinho Gaúcho mandar avisar que está pingando azeite, em plena forma novamente, dá para pensar no assunto. Se bem que se essa utopia um dia se concretizasse não seria por aqui que ele iria oferecer seus predicados, vamos admitir.

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