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A ideia seria outro tema. Preparação das equipes, mercado internacional, retomada da temporada, coisas assim. Mas aí entro no site aqui da nossa Gazeta e dou de frente com a chamada: “Secretário-geral afirma que CBF não autoriza realização da Primeira Liga em 2016”.

Como assim, se o torneio está para começar daqui a alguns dias, com direitos de TV negociados e calendário definido? Se fosse para impugnar, bloquear, impedir ou tomar qualquer atitude assim não teria sido mais razoável fazê-lo meses atrás, quando a liga se consolidou e a tabela de jogos foi definida?

Ou será que estavam todos preocupados com a devassa do FBI ou quem de direito nos cargos e assuntos da CBF que mal tiveram tempo de pensar e organizar as coisas internas? É a impressão que passa, que, com a virada do ano, poeira baixando, os cartolas de sempre e os que assumiram agora – para fazerem de conta que tudo está mudando por lá – estão voltando suas atenções ao calendário nacional. E que, dantes distraídos, encontraram essa excrescência montada à revelia do controle dos controladores do futebol brasileiro.

Verdade que os mentores dessa liga também passaram do ponto – escrevi sobre isso dias atrás. Atropelaram um regulamento a toque de caixa e perderam a oportunidade de criar um torneio rentável, com calendário definido a longo prazo, porque quiseram ser imediatistas, com tudo pronto na hora e passando por cima de campeonatos estaduais já previamente organizados. Seria uma competição para 2017, estudada, planejada e organizada em complemento às competições locais. Como é a Copa Nordeste, que há anos convive pacificamente com os campeonatos de cada estado, sempre com sucesso de público. E que tem o aval da CBF para sua realização. Mas aí veio o mal do imediatismo, do confronto, do jogo de forças e extraíram a fórceps esta primeira edição. A resposta veio firme e incisiva: sem condições. Com ameaça de punições aos clubes “infringentes”, com sanções como a perda de cotas de televisão por transmissões dos Estaduais e punições aos times das categorias de base de cada clube.

E agora? Por mais comprometida que possa estar a administração da CBF, na fiel representação do que é o futebol brasileiro na atualidade, a lei e o comando do futebol brasileiro estão com aqueles que a dirigem. Insurgir-se agora pouco representaria, pois seriam, na visão macro, apenas alguns “gatos pingados” a bater pé contra o sistema, pois o campeonato paulista, rentável como é, é sempre um contraponto para qualquer aspiração de mudança abrupta de calendário.

A largada da Primeira Liga estava marcada para a semana que vem. O que acontecerá até lá dá bons argumentos para enredos de suspense.

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