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Poderia ter sido bem me­­nos doloroso. E sem margem para qualquer reclamação.

Mas a interdição no Estádio dos Pássaros, em Arapongas, em cima da hora do jogo do Atlético, gerou um justificável descontentamento em pelo menos duas frentes: Coritiba e Paraná Clube, que tiveram de jogar lá, sofreram e não venceram; e o próprio Arapongas, que, encostado na parede, não teve nem como chorar ou lamentar a perda do mando próprio.

Que o estádio não tinha gramado em condições de jogo já se sabia desde o início do campeonato, quando foi liberado a to­­que de caixa para receber a partida entre Arapongas e Coritiba. Na ocasião, a tevê mostrou para o mundo a maquiagem (serragem pintada de verde) que deveria dar a impressão de bom gramado. O que, evidentemente, não colou. Veio a partida contra o Paraná Clube e a situação estava ainda pior – desta feita sem maquiagem –, com alguns chumaços de grama no meio daquele areal.

Estive nesses dois jogos pela RPC TV e vi de perto, ninguém me contou. No segundo, a situação era tão degradante que o próprio torcedor local fazia chacota. "O pessoal do futevôlei está reclamando daquelas touceiras de grama no meio da areia" – ironizou um deles na saída do estádio.

Acontece que o sistema de vistoria nos estádios paranaenses é viciado e ineficaz. Como de resto em boa parte do país. Limita-se a fiscalização a uma visita técnica antes do início do Campeonato Estadual, meio em cima da hora para qualquer possibilidade de melhora expressiva. E, sendo assim, relevam-se algumas questões importantes. Tudo em nome da unidade e da harmonia da competição.

E aí, com o campeonato em an­­damento, nada mais ocorre, quando o sensato seria a vistoria permanente para checar as condições de manutenção de cada praça esportiva. Essa de Arapon­­gas, em questão, já teria sido in­­terditada há um bom tempo, de­­pois daquele charco em que se transformou na partida entre Arapongas e Rio Branco, danificando definitivamente um gramado que já não era lá essas coisas.

Jogo de cintura

A FPF poderia ter sido um pouco menos drástica com o Arapon­­gas, já que teria mesmo de tirar a partida de seu estádio. Para amenizar a situação constrangedora por ela mesma criada ao liberar um gramado sem condições, poderia ter sugerido ao clube escolher outra praça na boa, sem necessidade de interdição oficial. Por iniciativa própria, preventiva, pois aí não ha­­veria a obrigatoriedade de jogar a mais de 100 km de distância. E os araponguenses poderiam ter escolhido o estádio de Apucarana, bem ali do lado, onde toda a torcida poderia estar presente.

Senta-levanta

A comissão de vistoria da FPF também deveria ser mais exigente quanto às condições das cabines de imprensa no interior. Tem estádio no qual o locutor tem de narrar o jogo sentando e levantando a todo instante, conforme o movimento da torcida à frente dele.

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