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A boa: o maringaense Gregolry Panizo venceu o Pan-Americano de Ciclismo de Pista e Es­­trada, em Medellín, na Co­­lômbia, e garantiu a primeira vaga brasileira na Olimpíada de Londres, em 2012.

As más: mais uma vez, o triunfo na modalidade foi ofuscado por um escândalo, resultado de lições mal-aprendidas. Na semana passada, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) foi acusada de esconder que oito atletas teriam sido flagrados em exames antidoping pela União Internacional de Ciclismo (UCI). A afirmação é da equipe do programa Histórias do Esporte, da ESPN Brasil, que apresentará, no próximo dia 28, um especial sobre o assunto. Na divulgação, informou o nome dos oito ciclistas que caíram no antidoping, entre eles os paranaenses Pedro Nicácio e Lucas Onesco.

Desculpem dedicar apenas um mísero parágrafo positivo sobre um esporte que aparece muito mais na mídia por denúncias do que por bons desempenhos. Mas o silêncio da CBC é muito grave. Não é só omissão diante de um ato desonesto dos atletas. Escancara a gestão controversa de uma diretoria que os próprios ciclistas não hesitam em criticar, por critérios pouco claros na formação das seleções e falta de transparência na destinação das verbas.

Agora, alguns afirmam que a Confederação informou os atletas sobre o resultado dos exames e indicaria o afastamento por dois anos (período da punição quando o atleta não contesta o antidoping positivo), visando a toda a discrição possível para não atrapalhar as negociações com o patrocinador Banco do Brasil.

O contrato com o BB foi de 18 meses, firmado em maio de 2009, com valor não divulgado e encerrado há sete meses. A renegociação estava em curso e o banco afirma que, com as denúncias, reavalia o vínculo com a Confederação.

A defesa da CBC, via nota de es­­cla­­recimento, é de que só divulgará informações de processos de dopagem após a notificação dos atletas, para preservá-los. Mas tal silêncio fere o Código Mundial Antidoping, que obriga a publicação de resultados adversos quando uma violação das normas não foi contestada.

A entidade justifica ainda que todas as decisões estão no site do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBC. Mas nem todos os links referentes aos casos estão na web.

O caso expõe ainda a fragilidade dos sistemas de fiscalização quanto às verbas públicas: sem competir desde julho, suspenso, Pedro Nicácio, que foi sétimo lugar na prova contra-relógio no Pan do Rio (2007), seguia recebendo, até fevereiro, normalmente os recursos do Bolsa Atle­­ta, programa do Ministério do Esporte.

Ontem, a UCI retificou a in­­for­­mação passada à ESPN Brasil: são seis e não oito os atletas flagrados, gerando ainda mais desconfiança.

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