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A iminente ida do atacante Alan Kardec do Palmeiras para o São Paulo traz de carona um questionamento: quanto vale um jogador de futebol? No caso do ex-palmeirense, certamente não os R$ 13,7 milhões que o Tricolor paulista vai desembolsar para comprá-lo do Benfica de Portugal, nem os R$ 400 mil por mês de salário.

É o exemplo recente de uma virtual valorização de atletas, em geral medianos, que fazem um par de gols e já viram craques. E os clubes engolem na maior tranquilidade.

Pagar muito por Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi é até compreensível – mesmo por valores impensáveis de quem os desejam; porque no fim são superestrelas que expõem a marca, vendem camisetas e respondem em campo. O que é difícil entender são os times brasileiros, que estão capengando, afundados em dívidas, ainda terem a coragem – ou a irresponsabilidade – de gastar fortunas por pseudocraques.

Alan Kardec pode até se tornar o artilheiro do Brasileirão lá em dezembro, tem condições e um time razoavelmente ajeitado para isso. Mas vai continuar não valendo o que o São Paulo vai pagar. Oras, ele marcou 74 gols em uma carreira de sete anos. Ou seja, pouco mais de dez por temporada. Isso por R$ 13,7 milhões?

O atacante Leandro Damião, ex-Internacional, agora no Santos, responde a pergunta dentro de campo: não vale.

Ele foi para o clube praiano por R$ 42 milhões, fora os vencimentos. Por enquanto cada um dos cinco gols dele custou R$ 8,4 milhões. Pesado. Mais pesado quando um tímido Ituano, que não tem nem em sonho esse dinheiro todo, é campeão sobre o Santos. Fica claro que a estratégia de abrir os cofres não é tão eficiente quanto se imagina. Aqui no Paraná vimos um caso semelhante com Maringá e Londrina na decisão do Estadual.

O momento é de inverter essa realidade. Os clubes precisam rever as folhas de pagamento e segurar as contas. Não há mais espaço para loucuras, para gastarem o que muitas vezes não têm. Todo esse dinheiro poderia ser investido nas categorias de base, um custo/benefício muito mais interessante. Essa movimentação envolve também os jogadores. Eles têm se organizado no Bom Senso FC e brigado pelo fair play financeiro. Eles não podem fugir disso e têm de entender que para receberem em dia precisam abrir mão de salários que não condizem com realidade alguma, nem do país, do esporte, de nada.

Se nada mudar, continuaremos vendo times gastando muito, jogadores recebendo demais – se receberem – e jogos recheados de pseudocraques em campo. Pior é que os torcedores vão continuar pagando alto nos ingressos ou planos de sócios, que não param de subir, para ver um espetáculo que só existe no papel.

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