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Faltam três dias para o Pan-Americano de Guada­­lajara, no México. A contagem regressiva anda um tanto quanto discreta, quase preguiçosa. Uma pena, considerando que o evento só acontece de quatro anos e, em termos de relevância, ficaria atrás apenas da Olimpíada.

Mas, em sua 16.ª edição, o Pan ainda não contagiou. Há certa preguiça entre o público e até mesmo entre os atletas nesses dias que antecedem o início das competições. E que deve ser amenizado quando entregarem as primeiras medalhas.

Essa apatia tem diferentes causas. A começar pelos donos da casa: apesar de Guadajalara já está decorada há semanas e atletas circulam pela "Pérola do Oeste", mas, em vez de festa, o mexicano tem preocupação.

Algumas das instalações esportivas ainda não foram en­­tregues. É o caso do Estádio de Atletismo, em Zapopan, que deveria estar pronto em julho. Mas precisou de três mudanças de sede entre 2008 e 2010, está sendo finalizado e ainda aguarda a aprovação da Associação In­­ternacional de Atletismo (Iaaf).

E por mais que propague a imagem de cidade histórica e festiva, berço da tequila, convive com uma crise de segurança pública (não há como comparar com a situação do Rio de Janeiro, tanto no Pan de 2007 quanto nos preparativos para a Olimpíada de 2016). Desde que o presidente, Felipe Calderón, declarou guerra aos carteis do tráfico de drogas, em 2006, o número de assassinatos e sequestros cresceu exponencialmente na cidade, assim como em todo o país.

Não à toa, um uniforme será mais visto em Guadalajara que o de qualquer delegação: os dos policiais, que serão mais de 4,5 mil, para 5,9 mil atletas.

Para estes, a data da competição foi o problema: transferida de julho para outubro, conflita com o calendário de disputas de cada modalidade. Como o Pan, em muitos esportes, não classifica para a Olimpíada, muitas estrelas – especialmente dos EUA e do Canadá – abriram mão da competição no México.

Com força total vão os países que precisam provar seu crescimento na área esportiva. Leia-se "Cuba e Brasil". Os brasileiros são a terceira maior delegação (519 inscritos), atrás apenas dos donos da casa e dos norte-americanos. Vai com suas principais estrelas. Mas, muitos farão da competição um teste de luxo para Londres-2012.

Ao público brasileiro, a mu­­dança dos direitos de transmissão de imagens da Rede Globo para a Rede Record foi crucial. Por mais que a emissora do bispo Edir Macedo tente – com a contratação de comentaristas como Romário – e horas a fio na programação dedicadas ao Pan, o público ainda não aderiu aos Jogos, que nem nos telejornais da concorrente são mencionados.

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