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Na semana em que a estúpida morte do garoto boliviano Kevin Spada completou um ano – dia 20 –, o futebol fez mais uma vítima. Márcio Barreto de Toledo, de 34 anos, integrante da Torcida Jovem, do Santos, perdeu a vida após ser espancado por são-paulinos no domingo passado – os times não passaram de um modorrento 0 a 0 no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Os santistas, por lealdade, prometem vingança, o que pode transformar o desfile das escolas de samba da pauliceia, novo braço das organizadas, em praça de guerra.

Márcio é mais um apaixonado que se deixou levar pelos cantos e contos das uniformizadas. Engrossará a vergonhosa lista de baixas que macula o esporte número 1 do país, mas que logo deixará os holofotes. Virará estatística até cair no esquecimento. Foi assim com o paranista assassinado em frente da sede da Fúria Independente, em 2012; ou o atleticano atropelado e morto após um Atletiba de 2009. Alguém lembra? Poucos, garanto.

Perdemos essa guerra. Ou aceitamos as condições atuais e nos acostumamos que mais dia menos dia teremos um novo registro de torcedor assassinado estampando as páginas policiais dos jornais ou partimos para a revolução. E não vejo outra solução que não seja o fim dessas facções sanguessugas.

E não me venham com essa história de que acabando com as organizadas ficará mais difícil identificar os vândalos. Isso já não funciona. A questão é simples e radical ao mesmo tempo. Se você pertence ao quadro de qualquer uniformizada, está impedido de entrar no estádio. Uma opção dos donos do espetáculo, como tem feito com sucesso o Cruzeiro em Minas Gerais, que "ousou" encarar o problema de frente, desafiando o poder estabelecido da Máfia Azul.

As pessoas de bem – sim existem algumas delas dentro desses barris de pólvora – teriam de se desvincular de caveiras e afins para poder acompanhar o time do coração. Um grupo em potencial de novos associados, que ao invés de deixar o suado dinheirinho nas organizadas, donas de sedes e chácaras, reforçariam as combalidas receitas dos clubes. Geraria um impacto inicial nas arquibancadas, mas que logo seria absorvido.

Com menos gente, menos poder, menos barulho e menos confusão. Mais fácil também para identificar quem só quer usar o futebol para lucrar, buscar cargos públicos, ameaçar e perturbar. Até definhar de vez. E devolver a tão necessária paz a uma das mais importantes paixões do Brasil. Quem ama, ama Atlético, Coritiba e Paraná. Não Fanáticos, Império ou Fúria.

Férias

Nem deu tempo de esquentar as turbinas direito e a coluna dará uma parada. Por tempo determinado, que fique claro. O motivo é justo. Pego alguns dias de férias e vou sair por aí para descansar o corpo e a cabeça. Retomo este espaço no dia 27 de março. Até lá.

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