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Lembro bem que quando disputávamos nossas calorosas peladas no campinho do Marquês do Paraná, no coração do Água Verde, lá nos idos da década de 90, era ferrenha a briga para ter no time o tal "camisa 9". Quem ganhava o par ou ímpar não pensava duas vezes: puxava o artilheiro para o seu time e, invariavelmente, terminava na frente do "10 vira, 20 ganha". O matador fazia a diferença.

Lógica que permeia o momento de Atlético, Coritiba e Paraná. E, por que não, até da seleção brasileira (alguém aí confia plenamente em Fred e Jô?). Em maior ou menor escala, todos buscam um "fazedor de gols" para chamar de seu. O Rubro-Negro até tem um, Éderson, artilheiro do Brasileirão passado. Mas tal qual o flamenguista Hernane Brocador, outra sensação de 2013, virou o calendário de mal com as redes. O instinto está lá, mas a bagunça que tomou conta do futebol rubro-negro neste ano não deixa o cearense do Furacão ser feliz.

O drama, porém, é bem maior no Couto Pereira e na Vila Capanema. A ponto de o Coxa cogitar "roubar" do rival o mais perto do que o empobrecido elenco tricolor tem de um artilheiro. Sim, dois dos principais clubes do estado travam nos bastidores uma queda de braço por Giancarlo, um atacante que, como bem definiu o colega Leonardo Mendes Júnior, tem um futebol de nota de rodapé.

Disputa que, não tenho dúvida, influenciou na saída de Roque Júnior do comando paranista. As propostas do Coritiba e de "dois ou três outros times da Série A" para Giancarlo surgiram exatamente no momento em que a guerra pelo poder entre Roque e o empresário Marcos Amaral, espécie de Midas tricolor, atingiu o seu ápice. O ex-zagueiro, pentacampeão do mundo, queria gerir o departamento com autonomia. Decidiu sair, o que deixa claro a opção da diretoria do clube. Tirar Giancarlo da Vila Capanema neste momento, com o time beirando a zona de rebaixamento da Série B, seria o suicídio da parceria Tricolor/Amaral Sports. O clube deixaria de contar com o dinheiro que não tem em seu caixa. E a empresa ficaria sem sua principal vitrine.

Assim sendo, tudo caminha para o Coxa perder sua solução (?) mais à mão. Entrará no sexto mês do ano ainda refém da frase o "Coritiba procura um artilheiro desde a saída de Deivid", que soa no Alto da Glória há meses.

Sim, Deivid, um atacante de sucesso relativo na carreira, replicado no início de sua passagem pelo Alviverde, que decidiu pendurar as chuteiras tão logo abandonou Curitiba. Esse é o panorama atual do futebol local, o que ajuda a explicar as péssimas campanhas no Brasileiro. Reforça a sabedoria dos capitães do grande MP e as saudades deste colunista de Careca, Romário e Ronaldo, artilheiros que não existem mais no "país do futebol". Uma pena.

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