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Foi muito sofrido, bem mais do que o Atlético esperava. Mas, mesmo deixando escancarado uma série de problemas, o Rubro-Negro passou pelo Sporting Cristal e está na fase de grupos da Libertadores. O talento de Wewerton para pegar pênaltis e a raça de Manoel foram os pontos altos do time de Miguel Ángel Portugal, que agora terá mais tempo para ajustar as peças e montar um time de fato, capaz de seguir em frente.

No caminho rubro-negro estão Vélez Sarsfield (ARG), por ora o favorito da chave, The Strongest (BOL) e Universitario (PER). Grupo perigoso. Por isso a necessidade de arrumar a casa e ir ao mercado em busca de armadores que possam acabar com o isolamento de Marcelo e Éderson.

A mente de Adriano

O exercício é pra lá de difícil. Mas me propus, por alguns instantes, tentar decifrar a mente de Adriano. Antecipo, para evitar decepções aos corajosos que se atreverem a ler a coluna até o fim, que não consegui chegar a uma conclusão objetiva. Nem era a intenção. Vamos às impressões.

Imagino que o desengonçado atacante que agora namora para ser jogador do Atlético deve coçar a cabeça e sentir até calafrios quando ouve o técnico Luiz Felipe Scolari anunciar as listas de convocados para os jogos da seleção brasileira. Um sofrimento antigo, que vem desde os tempos em que Dunga dava as cartas no time nacional.

Com todo respeito, não é fácil para Adriano ver Luís Fabiano, Fred, Grafite, Jô, Leandro Damião, só para ficar em alguns nomes, revezando a camisa 9 do Brasil. O posto era para ser do Imperador pelo menos desde 2009, quando, ao lado de Petkovic, outro atleticano recentemente convertido, carregou o Flamengo ao sexto título brasileiro. Adriano é infinitamente superior a todos os centroavantes produzidos no país desde Ronaldo. Não sei se o time chegaria mais longe, mas era para ser o titular na Copa da África do Sul. E para estar contando os dias até a estreia em sua terceira Copa do Mundo, contra a Croácia, no dia 12 de junho, formando com Neymar e Oscar um trio poderosíssimo na briga pelo sexto título mundial.

Mas não. Por opção, decidiu se entregar aos prazeres da vida. Jogou no lixo quatro anos da carreira. E agora, ex-jogador, tenta se refazer no CT do Caju. A foto de ontem cumprimentando o ministro do Esporte Aldo Rebelo mostra que está consideravelmente mais fino, mesmo se dando o direito de prolongar de dois para oito dias uma folga no Rio de Janeiro. Essa dualidade entre o dever e o prazer engoliu o Imperador.

Imagino – a repetição da palavra é proposital para reforçar o exercício –, que Adriano ainda acredite que possa dar um último tiro na carreira, tendo o Mundial brasileiro como pano de fundo. A concorrência, repito, não é de impor medo. O mais difícil é driblar as convicções de Felipão. E os prazeres do Rio de Janeiro. É mesmo de se coçar a cabeça.

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