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"O Coritiba está mais fraco do que o Atlé­­tico há muitos anos, não é de hoje. Eu penso que nós estamos no mínimo uns 10 anos na frente do Co­­ritiba". A frase foi dita pelo presidente rubro-negro, Marcos Ma­­lucelli, no dia 17 de janeiro, como uma forma saudável de cutucar o rival. Pois bem. O Atletiba de do­­mingo e as consequências inevitáveis de uma nova e contundente derrota trataram de desmentir o cartola.

Falando exclusivamente de futebol, frise-se, neste momento o Atlético não está à frente do Coritiba. Nem mesmo ao lado, co­­mo comprova a tabela de classificação do Estadual. A explicação é simples e pode ser resumida em uma única palavra: planejamento.

O termo que por muito tempo norteou o Rubro-Negro parece agora estar distante da Baixada. Ontem, depois de idas e vindas e uma série de negociações frustradas, o clube anunciou o retorno do "bom filho" Geninho, o responsável por levar o Atlético à sua maior glória, o título brasileiro de 2001.

Soa como notícia velha. O ex-goleiro foi a solução quase caseira encontrada pela cúpula atleticana, que prometia "algo diferente do que está aí" – um dos ar­­gumentos utilizados para justificar a tentativa de tirar o co­­mentarista Paulo Roberto Falcão da Rede Globo. A negociação, iniciada na calada da noite de do­­mingo, ainda sob os efeitos dos 4 a 2 no Couto Pereira, dão bem a dimensão do tom emergencial do anúncio. Algo como "se não tem tu, vai tu mesmo".

Geninho chegará na sexta-fei­­ra e já vai para o campo. O Atlé­­tico não tem mais tempo a perder se ainda pensa em fazer valer a promessa do presidente de brigar por um título de relevância neste ano, o último da gestão Ma­­lucelli. Dois meses já se foram. É preciso juntar os cacos, ver o que deu errado até agora, e corrigir a rota. Planejar para ser mais preciso.

É o que o Coritiba tem feito desde a posse de Vilson Ribeiro de Andrade no Alto da Glória. Cada passo é meticulosamente calculado. Com Marcelo Oli­­vei­­ra, substituto de Ney Franco, de­­finido como treinador desde o fim do ano passado, e com a base campeã em 2010 mantida, o Coxa partiu para contratações cirúrgicas. Faltam laterais? Jo­­nas, Maranhão e Eltinho podem dar a conta do recado. Davi já mostrou que tem condições de ser o armador que faltava. Está tudo certo? Não. É claro que o ti­­me ainda precisa de reparos se quiser ousar no Brasileiro. Mas o caminho é esse, como ficou evidente no Atletiba. O planejamento é esse. É o que tem faltado ao Atlético.

Ricardo Pinto

O Paraná esperou até o último instante, mas, pressionado pela péssima campanha, se rendeu mesmo a Ricardo Pinto. Outra aposta. Se a ideia, repetida a ca­­da entrevista da cartolagem tricolor, é dar prioridade à Série B, será Ricardo o líder do processo. Tem experiência suficiente pa­­ra a missão? Tenho lá minhas dúvidas. O ex-goleiro do Atlético chega prometendo livrar o clube do rebaixamento regional. Não poderia mesmo adotar ou­­tro discurso.

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