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Nada menos do que o líder e o vice-líder es­­tão na rota da dupla Atletiba na rodada deste fim de semana. O Coxa visita um Flamengo superconfiante na quarta vitória seguida e que está na torcida para que o Atlético pelo menos empate com o Corinthians, líder do Brasileirão, numa Arena hiperlotada. Mais interessante que isso só mesmo se Ricardo Teixeira deixasse a presidência da CBF por conta dos protestos populares no país todo pedindo sua cabeça.

Claro que o Mengo é favorito hoje no Engenhão, mas se o Coxa reencontrar seu sumido bom futebol na partida, muita gente pode perder seu palpite nos bolões – que viraram moda em sites e grupos de estudantes. A pule está dando uns 80% para o Urubu e 10% para empate ou vitória do visitante tingui.

Já a intuição em relação a Atlético x Corinthians crava 20% para empate e 40 para cada sair vitorioso do jogão de domingo. Este cartunista – e dublê de cronista esportivo –, como nunca ganhou um centavo em jogos de azar – ou sorte, se acertar –, apostaria segundo a filosofia de Renato Gaúcho, que diz que dois times entram em campo com 50% de chances cada, incluindo o empate. Entendeu? Também não, mas fico com isso.

Como estamos falando de sorte e azar – e superstição –, contarei uma historinha do Atlético dos anos 70, repassada a mim por Roberto Karam, o Karanzinho, amigo de longa data e atualmente lotado na assessoria da presidência do Furacão.

Diz a memória coletiva rubro-negra que, Sicupira, o eterno craque da camisa 8 e "chisteiro" de primeira, Nilson, o "Bocão" e Júlio, o "deus da raça", antes de entrarem em campo, quando o vestiário era embaixo do antológico ginásio da Buenos Aires, costumavam dar uma tragada em um cigarro e guardá-lo em algum buraco de tijolo do túnel que levava ao gramado, para dar sorte, acreditavam.

Um de cada vez dava uma baforada e colocava a bituca sempre no mesmo furo. Ocor­­reu que numa partida, Sicupa e Bocão resolveram fazer uma gracinha com Júlio. Depois de darem sua golfada no tabaco, esconderam-no em um orifício longe daquele de costume, e entraram em campo.

Júlio, o raçudo, não localizando o fumo, recusou-se a entrar no gramado. Crédulo e supersticioso que era, não queria jogar porque achava que o sumiço do cigarro era um mal presságio.

Vendo que Júlio não iria mesmo subir para o jogo, Sicupa e Nilson tiveram de ir resgatar o amigo, apontando o local da bituca. Júlio deu uma aliviada tragada e enfim juntou-se ao "Time da Raça", como era conhecido o Atlético da época, por superar times melhores e mais endinheirados, como o bicho-papão Coritiba e o forte Ferroviário.

Assim, com o ingênuo – e nocivo – gesto, eles venciam quase todos os jogos na Baixada, inclusive conquistando o título estadual de 70, depois de doze longos anos de jejum.

Contra o Corinthians, que tal um cigarrinho de chocolate?

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