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Ultimamente, sempre que encontro algum amigo chegado em futebol, ele dispara à queima-roupa:

– E aí, o Atlético escapa dessa? – pergunta aflito quando é atleticano ou sarcasticamente quando trata-se de um coxa-branca ou paranista.

– Escapa. Aos 48 do segundo tempo – respondo com um otimismo duvidoso para o interlocutor, sejam quais forem as cores de sua camisa.

– Cai e antes do apito final – afirma categórico o outro lado do colóquio, quando não veste rubro-negro.

– Não sei, não... – responde desconfiado quando é torcedor da Baixada.

O Atlético cair ou não, não é o caso de se discutir nesta altura. O que se pode discutir é o quanto a torcida tem ainda de disposição de apoiar o time. Quando uma equipe não é boa, mais ela precisará dos gritos de incentivo das arquibancadas para suplantar suas deficiências. A camisa 12, neste caso, é a mais importante do clube.

Se a torcida não for ao estádio para levar seu apoio, melhor nem ir. Um time que sai atrás no placar, jogando em casa, vaias servem como tampa do caixão. Sua torcida é seu último e mais importante recurso para superar o revés.

O Paraná entra hoje na Vila Capanema, contra o Goiás, vindo de surras sistemáticas de seus adversários e fãs. Os protestos e gritarias, quando muito, servem apenas para desopilar a bile do fígado amargurado. Melhor seria ter mais paciência. Ver como o time se comporta nas mãos de Macuglia, que estreia praticamente sem time.

As contusões de quase o time todo é um tanto estranha. Esta­­riam os jogadores, depois de serem espinafrados metódica e energicamente na Vila em vá­­rias oportunidades, sem vontade de jogar, desejando poupar muito mais os ouvidos do que as pernas?

Não é de se duvidar.

Dilma assinou o projeto Lei Geral da Copa. Em algum lugar do documento deveria constar a máxima de Paulo Maluf, quando prefeito de São Paulo, a antológica "Roubo mas faço!".

Roubem, mas façam a Copa de 2014 e nos livrem de um fiasco planetário, poderia lembrar um capítulo qualquer da Lei, mesmo com o Tribunal de Contas prometendo rigor na contabilidade.

Nunca antes na história deste país tivemos de engolir tanta e repetida corrupção vinda dos aboletados em repartições públicas. E já viu combinação mais explosiva – no sentido de estourar os cofres do Erário – do que cartola de futebol e políticos brasileiros?

No final, ficaremos com uma dúzia de estádios lindos, alguma melhora de infraestrutura num canto ou outro do país e uma conta gigantesca a ser paga pelos nossos minguados bolsos durante gerações.

Como diria Millôr Fernandes, o guru do Mayer: "Os corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil". Ou ainda: "Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder".

Mas tudo bem. Roubem, mas façam.

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