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A arbitragem do jogo entre Coxa e Londrina ainda transita pela rodovia do Cerne com o tanque cheio. Poucos contestaram a falta de Fernando sobre Pereira no primeiro gol do Tubarão – mesmo os jogadores do time do norte. O zagueiro londrinense usou o zagueiro alviverde de escada para seu cabeceio sem cerimônia.

E a expulsão no stop, vermelho direto, do alvicerúleo Thiago Santos, por ombrar Tcheco, foi justa? Hum...

Mas o lance que deu combustível potente pro furdúncio todo foi o frangaço de Vanderlei, após aquela cobrança de escanteio de Ayrton, lateral do Tubarão. A bola saiu pela linha de fundo, como entendeu o bandeirinha Bruno Boschilia, antes de encontrar as canetas do goleiro coxa-branca e entrar marota para dentro do gol? Houve a parábola?

Diante da dúvida – e da indignação dos torcedores norte-paranaenses –, a tevê foi chamar os universitários para responder. Um quarteto de físicos da Universidade Estadual de Londrina ajeitaram-se diante de um monitor para verificar.

Depois de cofiarem queixos e barbas e após alguns "hum... hum..." chegaram ao veredicto de que foi, sim, gol do Londrina. Sendo assim, também foi, sim, frangaço de Vanderlei.

Os físicos da UEL foram ainda mais longe, observando algo que poucos – ou talvez nenhum – viram, inclusive especialistas da pelota: assim que foi cobrado o escanteio, o bandeirinha Boschilia se afastou da linha de fundo, o que impossibilitaria que ele visse se a bola fez ou não a curva para fora.

Conclusão: falha do bandeira, que levantou seu instrumento (opa!) anulando a jogada antes que a bola tocasse o chão. O que, inclusive, foi um álibi e tanto para Vanderlei, que disse que não foi na bola com a vitalidade necessária porque viu a bandeirinha de Boschilia levantada (opa, opa!).

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Bem, os erros de arbitragem são parte do folclore e anedotário do futebol, por supuesto. E talvez eles, os erros – alguns com E maiúscu­­l­­o –, colaborem bastante para as indisposições e agressividade das torcidas. É um tal de foi não foi, comprou juiz não comprou até o fim dos tempos – ou do campeonato. Isso quando não partem para a notória ignorância.

Daí que episódios desses provocam a lembrança de um velho tema: o auxílio eletrônico na arbitragem. Num mundo tão informatizado, onde você pode receber informação via satélite se está faltando açúcar em casa, manter o apito primitivo como está, não dá mais – faz tempo. Tem mais. Se dentro de campo não há garantia de justeza, de correção e integridade em lances capitais de uma partida, como exigir que torcedores mais passionais não mastiguem os alambrados depois? Talvez quando os atuais anciões da Fifa forem embora, a modernidade possa ser convocada para uma bom e honesto jogo de futebol.

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