• Carregando...

Enquanto o Atlético continuar mirando a vaga à Li­­bertadores, mais vai apagando da memória seus dias terríveis de proximidade à ZR. Quanto mais ímpeto aplicado aí, mais a visonha do descenso se desmancha no ar, transformando-se em um problema do passado.

O ponto conquistado a fórceps contra o Botafogo não satisfez o apetite de PC Carpegiani, que desejava mais dois. Queria a vitória, mas para sua tristeza só arrancou um empate no Engenhão, aos 45 do segundo tempo, com Guerrón enfim debutando nas redes.

Pode parecer incoerente que Carpegiani não tenha gostado do 1 a 1 pelas circunstâncias, mas PC está certo, é assim mesmo que tem de ser: exigir bastante para obter o mínimo que se quer. É como quando o sujeito coloca seu carro à venda. Se quiser R$ 30 mil nele, anuncia por R$ 35 mil.

Se eu fosse o Carpa, pediria a seus sequazes correr furiosamente atrás do título, para depois fechar por um G3 mesmo.

Já Ney Franco é menos exigente do que Carpegiani – e eu. Ney não exige, pede – educadamente, como é de seu feitio – a seus jogadores que pensem primeiro no acesso. Depois disso, se der, o título. Se eu também pudesse ser o Ney, seria um Ney muito parecido com o eu Carpa.

Também exigiria o título, en­­chendo a paciência dos atletas todos os dias para conquistá-lo. No fim, se me dessem só o acesso, diria a eles que poderiam ter conquistado mais do que aquilo, e que não estaria nadinha satisfeito.

É pensando grande que a gente consegue o arroz com feijão.

Na última quarta-feira a Federação Paranaense de Futebol e representantes dos times da Primeira Divisão do Estadual se reuniram para o arbitral do torneio de 2011. A fórmula é simpática, com turno e returno, pontos corridos, com os campeões dos turnos decidindo o título em dois jogos – se o mesmo time for campeão dos dois turnos é o campeão do torneio, claro, né, bronco!

Mas eis que o espírito do Artigo 9º, que criou o surreal supermando nas últimas duas edições do torneio, sentou-se em uma das cadeiras da reunião. E ordenou, com voz rouca e abafada, como se tivesse emergido de um abismo ilógico, que ele fosse substituído por outro, tão extraordinário quanto ele fora em sua gestão: o Saldo de Gol Nulo.

Todos na sala do arbitral ficaram boquiabertos. E um deles disse, extasiado: "Mas como é que não pensamos nisso antes?!?". A sala então foi tomada por aplausos, encômios e suspiros. "Ge­­nial!". "Sensacional!". "É ele!".

Ficou então decidido, naquela quarta-feira, no Tarumã, que os gols da grande final do Campeo­­nato Paranaense de Futebol 2011 seriam abolidos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]