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Esta última coluna do ano é dedicada ao mestre Ar­­mando Nogueira com quem conversei dias atrás e que se recupera bem. Armando é um mestre de verdade, desses que ensinam tudo, sem querer ensinar nada.

Quase que o Barcelona perde mais um título mundial. O Estu­­diantes, como fez o Inter­­nacional, na decisão do Mundial de 2007, jogou bem, no limite. A diferença é que o Inter fez o gol no final, sem dar tempo para o Bar­­celona reagir.

Como escreveu o mestre Juca Kfouri, o Barcelona era também melhor que o Inter, mas não era melhor que o São Paulo, quando perdeu o título, em 1991.

O Barcelona não foi o mesmo contra o Estudiantes. Tocou e to­­mou menos a bola. Fez, em vários momentos, o que fazem os times comuns, que é jogar a bola na área para se livrar dela. Ate Xavi errou vários passes.

O Estudiantes mostrou, no primeiro tempo, quando estava descansado, que é melhor marcar o Barcelona um pouco mais na frente, para impedir a troca de passes. As grandes e pequenas equipes da Europa preferem re­­cuar e formar uma barreira de oito a nove jogadores perto da área. Quando recuperam a bola, estão longe do gol.

O Barcelona ganhou os seis títulos que disputou neste ano. O mais estranho de tudo isso é que os técnicos, de todo o mundo, não seguem o estilo do Barcelona. De­­vem o achar ultrapassado, que o Barça é um ET. Preferem o estilo mais feio, pesado, de passes longos e pelo alto.

O Arsenal é outra exceção, mas o time inglês não tem tantos craques. Estes são mais importantes que o estilo.

Se o Estudiantes tivesse vencido, os ufanistas e Pachecões diriam, novamente, com mais ênfase, que as melhores equipes brasileiras e sul-americanas estão no nível das melhores da Europa. Repetiriam, ainda, que Xavi não é melhor que os armadores da seleção brasileira.

Em compensação, o Brasil possui vários jogadores que estão en­­tre os melhores do mundo em suas posições, como Júlio César, Daniel Alves, Maicon, Lúcio, Kaká, Luís Fabiano e, quem sabe, no próximo ano, Ronaldinho e Robinho.

Kaká e Cristiano Ronaldo, em seus esplendores técnicos, estão no nível de Messi, eleito, merecidamente, o melhor do mundo, em 2009. Isso não ocorre no futebol feminino. Marta, eleita pela quarta vez seguida a melhor jogadora do mundo, é muito melhor que todas as outras. Marta é a Pelé do futebol feminino.

Torço para o Barcelona contratar Robinho. Será a grande chance de ele se recuperar e voltar a jogar em uma grande equipe. Robinho tem as características para se adaptar bem ao esquema tático do time catalão, atuando pela esquerda. Henry está decadente.

A escolha de Messi como o me­­lhor do mundo pode não ser boa para a Argentina. A responsabilidade de ser a maior atração na Copa do Mundo pode atrapalhar, como ocorreu com Ronaldinho, em 2006.

Quando um atleta chega ao topo, é comum diminuir o sopro e a chama que iluminam e incendeiam seu talento. É a mesma chama que nos faz sonhar, em todas as idades. "A vida é um sopro" (Oscar Niemeyer).

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A coluna voltará a ser publicada no dia 10 de janeiro.

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