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Em Barcelona, aumentaram as críticas a Ronaldinho. O torcedor não aceita vê-lo jogar muito menos que antes, mesmo que atue muito bem. Há ainda uma necessidade de trocar os ídolos. Hoje o xodó do time é Messi. Só pode ser um. Assim funciona, em todo o mundo, a sociedade moderna, consumista e de espetáculo.

Quando o Barcelona e o jogador davam show, Ronaldinho atuava pela esquerda e mais adiantado. O organizador do time era Deco. Ronaldinho dava ótimos passes, driblava pelos dois lados e, no momento certo, entrava pelo meio para formar dupla com o centroavante. Ele fez até gol trombando e derrubando o gigante Terry, do Chelsea.

Agora, Ronaldinho quer ser o armador da equipe, receber a bola no pé e jogar pelo meio mais recuado. Ficou também mais lento. Por isso e por outros motivos, caiu de produção, além de irritar o técnico holandês Rijkaard, que quer que ele atue mais pela esquerda.

Aconteceu o mesmo com Rivaldo. Quando atuava pela esquerda no Barcelona e ia para o meio somente para definir o lance, Rivaldo foi eleito o melhor do mundo. Mesmo assim, reclamava do técnico, outro holandês. Rivaldo queria ser o armador do time e jogar pelo meio.

Robinho tem brilhado jogando pelos lados, mais pela esquerda, de onde entra em diagonal pelo meio. No início de sua carreira pelo Santos, atuava de uma forma parecida. Depois, passou a jogar mais pelo centro, como um segundo atacante.

Uma explicação, que não explica tudo, para esses craques jogarem melhor quando atuam mais pelos lados, é o grande número de marcadores que existe pelo meio. Quando conseguem receber e dominar a bola, eles têm pela frente uma linha de volantes e outra de zagueiros.

Kaká tem, hoje, menos dificuldades pelo meio porque, além de ser mais forte, aguerrido e ter aprendido a utilizar o corpo contra os marcadores, as suas melhores jogadas também são pelos lados e no contra-ataque, quando recebe a bola e arranca até o gol. Ninguém consegue acompanhá-lo. Kaká aprendeu ainda que, pelo meio é melhor tocar a bola mais rápido do que tentar uma jogada individual, como fazia antes e era desarmado.

Ronaldinho, Rivaldo e Robinho acham que o craque do time precisa ser o camisa dez, o cérebro da equipe e jogar pelo meio, por onde passam quase todas as bolas. É um engano. O futebol mudou. Melhor é jogar bem coletivamente, fingir que é apenas mais um, ficar mais de lado, para, no momento certo, ser o craque e o centro do espetáculo.

Competência

Não há dúvidas sobre a competência de Muricy e dos outros profissionais da comissão técnica do São Paulo. Porém, independentemente de suas qualidades, o clube, pela sua organização e correta visão empresarial, progressivamente se tornou menos dependente de um determinado técnico ou de qualquer funcionário. O São Paulo costuma também trazer bons profissionais e quem é contratado não leva com ele seus amigos. Assim, criou-se um ambiente e um círculo positivo de eficiência e de vitórias.

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