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Quando todos os jogadores estão em condições de atuar, Dorival Júnior tem escalado o Santos com quatro defensores, um volante, dois meias armadores, dois atacantes livres e um centroavante. Nem os times da década de 60 eram tão ofensivos. O Cruzeiro tinha um esquema parecido, mas os dois laterais não avançavam. Além disso, Arouca, único volante, se destaca mais pela habilidade e pelos bons passes que pela marcação.

Trocar Arouca por Rodrigo Souto explica por que o São Paulo não agrada. Não foi Arouca que não deu certo no São Paulo. O estilo do time é que não permitia a ele jogar como sabe.

Para o Santos ser mais eficiente, é necessário diminuir os espaços entre o meio e o ataque e entre o meio e a defesa. Se os de­­fensores não adiantam a marcação, e os atacantes não voltam para atacar, fica um vazio no meio-campo para o adversário tocar a bola e chegar ao gol, como ocorreu contra o Palmeiras e em outras partidas. Como o Santos geralmente ganha e faz muitos gols, essa deficiência aparece pouco.

Diferentemente do Corin­­thians e de grande número de times da Europa, que têm, sistematicamente, um jogador de cada lado para defender e atacar, Robinho e Neymar, que seriam, na teoria, esses atletas, se movimentam por todo o ataque e, com frequência, estão próximos um do outro e do centroavante André.

Não perco um jogo do Barcelona e do Santos. Tatica­­mente, são equipes diferentes. O Barcelona, depois de jogar vários anos, com três no meio e três na frente (um centroavante e mais um atacante de cada lado), mudou, nos últimos jogos, com exceção do de domingo, e passou a atuar no esquema da moda na Europa, com dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante.

Messi, que atuava pela direita, passou a jogar mais pelo centro e próximo ao centroavante. Pedro e Iniesta são os meias pelos lados. Nas duas posições, Messi continua dando show. Já está sendo comparado a Maradona. Ainda é cedo. Ele caminha para isso.

Qual é, em números, o esquema tático do Santos? Não sei. Nem Dorival Júnior deve saber. Não ser engessado pelo técnico é uma das qualidades principais do time. O Santos não é um time de botões nem de prancheta.

O torcedor brasileiro está descobrindo que ainda é possível jogar bonito, com alegria, talento e eficiência. Quem não está gostando são os técnicos. Ao reclamarem que não é possível tocar nos meninos da Vila, de­­monstram que estão com inveja, por não ter condições de fazer o mesmo.

Algumas antigas máximas do futebol continuam atuais. Uma delas é que todo técnico tem de tentar escalar jogadores com certas características para determinadas funções, como faz Dorival Júnior. O São Paulo melhorou depois que Júnior César foi escalado de lateral, no lugar do meia Jorge Vágner, além de Cléber Santana, escalado de volante, e não mais de meia, pelo lado.

No esquema do Corinthians, é necessário ter jogadores pelos lados, que marcam e que, rapidamente, chegam ao ataque, como fazem Dentinho e Jorge Hen­­rique. Já Tcheco e Danilo demoram horas para fazer as duas coisas.

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