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Há mais de dez anos que escrevo, defendo e so­­nho com os times e a seleção brasileira jo­­gan­­do do jeito que vi contra os EUA. O Inter brilhou no Mé­­xi­­co com o mesmo estilo.

É um jeito mais leve, mais bonito, com mais troca de passes, mais posse de bola, mais dri­­bles, com os volantes jogando no meio de campo e uma marcação mais à frente, além da organização tática.

Há mais de dez anos que critico a violência, a supervalorização, o excessivo pragmatismo e o descompromisso dos téc­­nicos com a beleza e a qualidade do jogo, a obsessão por ter dez jogadores atrás da linha da bola e a pressa de jogar a bo­­la na área. Muitos justificam que a maioria dos gols sai de cruzamentos pelo alto. Óbvio, já que quase só fazem isso.

Estou eufórico com a atuação da seleção contra os norte-americanos, mas não perdi a referência da realidade. A vida dá muitas voltas. A nova seleção vai também jogar mal e/ou perder várias vezes e pode até não conseguir o aproveitamen­­to da seleção de Dunga. Mesmo assim, deveria insistir nessa no­­va ma­­neira de jogar. O Brasil tem a obrigação de so­­nhar com um jogo mais eficiente e en­­can­­tador.

Tudo isso é uma coisa. Outra é apedrejar Dunga, como se ele fosse o único culpa­­do de todas as coisas ruins do futebol brasi­­leiro. Dunga virou a nova Ge­­ni.

Quase todos os treinadores brasileiros e de todo o mundo fariam igual a Dunga, com me­­nos grosseria. É o que fazem em seus clubes. Quase todos elo­­giavam os resultados e a ma­­neira de jogar da seleção até ser eliminada.

A sorte do Brasil é ter sempre um Ganso, um Neymar e um Robinho. Não é por coincidência que os três começaram no Santos. Parabéns a Dorival Jú­­nior e a Mano Menezes por adotarem condutas e esquemas táticos de acordo com o talento e as características dos três.

Neymar, por sua velocidade, mobilidade, habilidade e criatividade, parece Robinho mais jovem, com uma qualidade a mais, importantíssima, que po­­derá lhe proporcionar mais sucesso, que é finalizar melhor e fazer mais gols.

Ganso joga como se estivesse lá em cima, com um megacomputador instalado no corpo, vendo os mínimos detalhes e espaços e calculando todos os movimentos e a velocidade dos companheiros, dos adversários e da bola. Ele imagina, calcula e faz, pois tem ótima téc­­ni­­ca. Como sabe tudo isso? Sa­­bendo. O craque não tem ex­­pli­­cação. Ele é.

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