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Os desaparecimentos, por alguns dias, de Adriano (Flamengo) e Wal­­ter (Inter), me fazem lem­­­­brar de jogadores do passado, que sumiam e apareciam. Todos tinham um ótimo motivo. Era mais comum que hoje.

Se Adriano é alcoólatra e/ou um doente com depressão, co­­mo fa­­lam, precisa de tratamento psicológico e médico, especializado, e não de tapinhas nas costas, conselhos e filosofias de botequim. Algumas pessoas, de todas as áreas e de todos os níveis intelectuais, possuem desejos, por variados mo­­­tivos, de desaparecer, se isolando ou não. Em algumas profissões, sumir é charmoso e prático. Muitos escritores desaparecem para escrever seus livros. Há ainda os que se isolam para refletir sobre suas vidas, verdades, finitudes e insignificâncias diante do mundo. Estou louco para ler o novo romance so­­bre o assunto, "Doutor Pasa­­vento", do espanhol Enri­­que Vila-Matas, traduzido por José Geraldo Couto.

Marcos quer também desaparecer dos gramados. Diz que será no fim do ano. Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é aceitar críticas e reconhecer sua decadência. Marcos é o contrário. Já que a maioria da imprensa não o critica e excede nos elogios a "São Mar­­cos", ele, com sua conhecida franqueza e honestidade, colocou para fora todas suas atuais deficiências técnicas e físicas e ainda sua culpa pelos fracassos do time. Exa­­gerou. Ele não é mais excepcional como foi, mas ainda é tão bom quantos os melhores que atuam no Brasil.

Libertadores

Os cinco times brasileiros têm a mesma chance de vencer a Liber­­ta­­­­dores. Não estou em cima do muro. Sempre que um mineiro tem bom senso, o que muitas vezes não tenho, falam que não colocou a cara para bater. Não sou palpiteiro nem vidente. Sou um comentarista metido a en­­tender de futebol. A chance de eu acertar o campeão da Liberta­­do­­res é a mesma de a ciência sa­­ber onde e quando será o próximo terremoto.

O Corinthians contratou vários bons jogadores, mas os melhores continuam sendo Elias, Jorge Hen­­rique e Dentinho. No São Paulo, Ricardo Gomes tem muitas dificuldades para adotar o esquema que gosta, europeu, com duas linhas de quatro e mais dois atacantes. Os meias brasileiros não sabem e não gostam de atuar pelos lados, defendendo e atacando. Já o Flamengo, sem o Petkovic do Brasileiro e sem Adria­­no, perde muito.

Adilson Batista tenta, há anos, no Cruzeiro, resolver o enigma de jogar com dois zagueiros e dois laterais bastante avançados, sem fragilizar a marcação. Jonathan atua mais no meio e no ataque do que na lateral. Para cobri-lo, é deslocado um volante para a direita. Cobre um setor e descobre outro.

Como o Inter só joga o Estadual com os reservas, não dá para co­­nhe­­cer a equipe titular. No primeiro jogo pela Libertadores, ganhou, mas jogou mal. Todos os técnicos e parte da imprensa gostam de dizer que o que vale é a vitória. Esquecem que o time que joga mal e ganha es­­tá próximo de perder vários jogos se­­guintes. Aí, discutem os motivos da má fase do time.

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