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Se o São Paulo tem a melhor defesa, o Cruzeiro possui o me-lhor ataque, com 54 gols. O segundo mais eficiente é o do Botafogo, com 42. Como os treinadores buscam tanto o equilíbrio entre a defesa e o ataque, o saldo de gols é o melhor parâmetro para medir a eficiência de uma equipe do que os gols marcados. O São Paulo está muito na frente com 29 de saldo. Cruzeiro e Vasco têm 17 e o Botafogo nove. São também os quatro primeiros na tabela de pontos.

Já o Fluminense, 12.º lugar, é o quinto pelo saldo de gols. O time marcou 29 e sofreu 22 gols. Equilíbrio demais não é sempre bom. É preciso arriscar. "Deus permite a todo mundo uma loucura", diz a belíssima música do tricolor Chico Buarque. O ataque do Cruzeiro é o mais eficiente pela qualidade de seus atacantes ou é pelo esquema tático?

O Cruzeiro, sob o comando do Dorival Júnior, foi formado durante o campeonato e é totalmente diferente do que foi planejado pelo Paulo Autuori. Planejamento não é tudo. Antes, havia jogadores mais valorizados e piores, como Gabriel, André Luis, Geovanni, Marcinho (está hoje na reserva), Ricardinho, Rômulo e outros.

Hoje, jovens desconhecidos têm jogado muito bem, como Fernandinho, Charles, Ramires, Marcelo Moreno e Guilherme – a maior promessa do clube –, que não tem jogado por contusão. Wagner e Alecsandro nunca atuaram tão bem como agora.

Não penso que a ausência do Dorival Júnior no campo vai prejudicar o time. O mais importante é o trabalho antes e depois das partidas. A punição aos técnicos é também uma mentira. Lá de cima, mais tranqüilos, eles assistem melhor à partida e transmitem as suas decisões aos intermediários, que passam para os auxiliares. Além disso, os gritos dos técnicos na lateral do campo atrapalham mais do que ajudam.

Equilíbrio

Quando o Cruzeiro recupera a bola, avança com velocidade e com muitos jogadores. Com exceção dos dois zagueiros, todos chegam ao ataque. Não há um volante-volante. Falta ao time mais equilíbrio. A equipe marca e sofre muitos gols (37).

A solução não é colocar volantes brucutus. É fazer com que os armadores marquem mais e que eles e os laterais se alternem no apoio ao ataque. Se isso não for possível, é melhor ter um lateral-zagueiro, como o Jonathan, ou três autênticos zagueiros, como faz o São Paulo, do que escalar um volante-zagueiro, que acaba não sendo volante nem zagueiro.

Cruzeiro e Botafogo – o time está em depressão – são equipes apaixonadas pelo ataque e por isso correm muitos riscos. Já o São Paulo parece uma equipe planejada por um megacomputador e programada para vencer. Quando surge um perigo, um vírus, Muricy deleta.

A única chance de o Cruzeiro ou outro time ser campeão é o São Paulo relaxar. Muricy já deve estar atento. Ele pensa em tudo.

tostaocoluna@hotmail.com

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