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Começaram vários estaduais, antes da hora, longos e com excesso de ti­­mes, como o de São Pau­­lo. Ainda bem que o Minis­tério Público vetou vários estádios em São Paulo. O mesmo deveria ocor­­rer em outros estados, não só pela falta de conforto e segurança, como também por alguns péssimos gramados.

Clubes que não têm a mínima estrutura profissional, que são apenas base para empresários colocarem e venderem suas "mer­­cadorias", deveriam se tornar amadores. Isso não ocorre porque são protegidos por dirigentes, federações, CBF, governantes e politiqueiros.

As televisões, parceiras das federações e dos clubes, pensam primeiro na audiência. Será mais um ano de partidas às 22 horas, depois da idiotice do Big Brother.

O Santos poderá ter um bom time em 2010. Ainda não tem. Por ser veloz, franzino e habilidoso, Neymar deveria atuar mais pelos lados. Para se tornar um grande jogador, terá de melhorar muito os fundamentos técnicos, sem perder a fantasia. Alguns comentaristas adoram reprimi-lo, dizendo que ele dribla de­­mais. Ainda bem que sabe driblar. A maioria não sabe.

O futebol de Neymar continua fragmentado. São estilhaços de talento que precisam se juntar, achar um lugar e criar uma identidade.

Já Paulo Henrique Ganso possui estilo e lugar definidos em campo. Terá apenas de aprimorar suas qualidades e ser mais regular, além de aprender a sair de uma marcação. Um dos motivos da falta de brilhantes meias de ligação é que eles atuam em pequenos espaços, às vezes de costas, cercados de marcadores por todos os lados.

Se for bem utilizado, Giovan­ni, mesmo com 38 anos, jogando mais à frente, como um pivô, poderá ser um facilitador, um elo para os mais jovens. Gio­vanni é um desses poucos jogadores que sabem jogar futebol. Joga com a cabeça em pé, sem olhar para a bola, como se estivesse vendo do alto, da arquibancada, tudo o que está em sua volta.

Dorival Júnior disse que pe­­diu a contratação de cinco jogadores. Bastam uns dois, desde que sejam realmente reforços, e não apenas para compor o elenco.

Razões da razão

Segunda-feira, um telespectador do Linha de Passe, da ESPN Brasil, programa de que eu estava com saudades, disse que, para Ronal­dinho ser convocado, a imprensa, em vez de pedi-lo na seleção, deveria ficar em silêncio.

Para o telespectador, Dunga pode achar que querem induzi-lo ao erro, como teria acontecido com Parreira, em 2006. Em seu excessivo pragmatismo, Dunga poderia pensar ainda que seria irracional não chamar Robinho ou Nilmar ou Júlio Bap­­tista, jogadores de sua confiança. Para o técnico, Ronaldi­nho seria um risco.

Espero que Dunga não seja refém dessas picuinhas. Tudo é possível. Parafraseando João Gilberto, os técnicos têm razões que a própria razão desconhece.

Maradona disse que Ronaldi­nho está entre os melhores jo­­gadores que viu atuar. É o que penso, mesmo se Ronaldinho não for ao Mundial ou se for e não jogar bem. O que ele jogou, du­­rante alguns anos no Bar­­celona, já está gravado em mi­­nha memória. "O que a memória amou se tornou eterno" (Adélia Prado).

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