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Muitos dos melhores do brasileiro não são os melhores. Estão melhores, parafraseando o ex-ministro Eduardo Portella. Nem os melhores da última fase da competição, por serem mais lembrados, foram os melhores durante a maior parte do campeonato.

Da mesma forma, o melhor jogador do mundo (Ronaldinho) talvez não tenha sido o melhor do ano. Apesar de ser um torneio curto, a Copa tem um peso maior. Escolheria entre ele, Henry e Buffon. Cannavaro foi o melhor zagueiro do mundial, mas o melhor zagueiro do mundo, para mim e para o Felipão, é o inglês Terry, do Chelsea.

Não dá também para ver tantos jogos nem observar todas as equipes do Brasileiro com a mesma freqüência. Ainda não aprendi a ser comentarista dos melhores momentos, não sei enxergar os detalhes técnicos e táticos de duas partidas ao mesmo tempo nem tenho o hábito de ler resumos pela internet. Estou ultrapassado.

No gol, Rogério Ceni é indiscutível. Bruno, mesmo jogando poucos jogos, é a revelação de maior potencial, como já demonstrara no Atlético-MG.

Dos três laterais direitos escolhidos na votação da CBF e da TV Globo, dois, (Souza e Paulo Baier) são alas, jogadores de meio-de-campo, e não laterais. O terceiro, Ilsinho, atuou pouco tempo. Por isso, por exclusão, e para a surpresa da maioria, voto no Leonardo Moura, que sempre jogou bem nas partidas que vi do Flamengo, apesar de um amigo dizer que ele jogou mal todas as outras.

Fabão e Fabiano Eller, seguidos do Luis Alberto, foram os zagueiros que mais me agradaram. Na lateral esquerda, fico na dúvida entre Kléber e Jadílson. Marcelo é a grande promessa para substituir o Roberto Carlos na seleção. Isso, se ele aprender a diferença entre lateral e ala e se rebolar menos e passar menos o pé em cima da bola.

Vi bons volantes, como Mineiro, melhor jogador do campeonato, Josué, e o Lucas, revelação da competição. Progressivamente, os volantes brucutus e os que passam o jogo todo correndo atrás de um adversário, sem saber se são zagueiros ou armadores – chegam geralmente atrasados e são driblados, como Marcinho – estão sendo substituídos por volantes mais leves, com bom passe, que marcam e ainda chegam ao ataque.

Apareceram bons meias, como Hugo e Zé Roberto, do Botafogo; Renato, do Flamengo; Morais, do Vasco; Sandro, do Paraná; Tcheco (Grêmio), Wagner (Cruzeiro) e outros. Voto no Zé Roberto e no Hugo. Zé Roberto, do Santos, é o melhor de todos, mas jogou pouco.

Difícil é encontrar bons atacantes, com exceção do Fernandão, o mais inteligente jogador do campeonato. Citaria ainda o artilheiro Souza, do Goiás, e o Soares, do Figueirense.

Muricy e Abel já fazem parte dos melhores técnicos brasileiros. Por isso, voto no Mano Menezes, como representante de uma nova geração de bons treinadores. Ele, Renato Gaúcho, Caio Júnior e Waldemar Lemos tiveram bons resultados com elencos modestos.

As ausências do Luxemburgo e Leão na maioria das listas dos melhores – os dois também foram bem – reflete uma tendência de valorizar técnicos menos posudos e menos agressivos. Luxemburgo, como já percebeu isso, tem mudado seu comportamento. Falta o Leão.

Por causa da desorganização de quase todos os clubes, treinadores mais espertos e com mais conhecimentos dentro e fora de campo, como Leão e Luxemburgo, assumiram muitos poderes. Isso pode ser momentaneamente bom, porém, é péssimo para o futebol a médio e longo prazo, alem de ser antidemocrático.

Os treinadores são apenas um dos componentes de uma comissão técnica, mesmo sendo os mais importantes.

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