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A melhor partida da semana foi a vitória do Milan sobre o Real Ma­­drid. O técnico Leo­­nardo escalou três atacantes, com Ronaldinho pela esquerda, Pato pela direita e Inzaghi de centroavante.

No primeiro tempo, os três ficaram isolados, muito distantes dos três armadores. No se­­­gundo, Leonardo foi ainda mais atrevido. Passou Seedorf, que jogava na linha do meio-campo, para atuar livre, perto dos três da frente.

O jogo ficou ótimo. A defesa do Milan ficou desprotegida, com só dois marcadores no meio-campo. O Real não aproveitou. Em compensação, o Milan criou várias chances de gol e virou o jogo. Pato, pela direita, entrando em diagonal pelo meio, fez dois gols.

Assim como Dunga aprendeu com os erros, Leonardo está também aprendendo. Será que Maradona vai aprender até a Copa? Alguns aprendem mais rápido. Outros nunca aprendem.

Ronaldinho, como nos últimos tempos, fez somente umas duas belas jogadas. É muito pouco. Pelo menos, deu um drible em velocidade, quando quase saiu um gol. Há muito tempo que não o via fazer isso.

Ter referências é a base de qualquer análise. Escrevi semanas atrás, em um exagero de linguagem, que Ronaldinho, mesmo jogando muito pouco em relação ao que jogou, ainda é melhor que a maioria. Por outro lado, como seu esplendor técnico e físico ainda está na memória de todos, querem que ele atue como ou próximo aos seus melhores momentos. O pouco de excepcional que faz hoje é desconsiderado. Pelo contrário, há em muitos um prazer sádico de ver o fim de um ídolo.

Se Ronaldinho fosse um jovem desconhecido, jogando o mesmo futebol de hoje, diriam que ele é uma grande promessa, um futuro craque.

Mesmo no auge, havia dois discursos prontos para analisar a atuação de Ronaldinho. Um, que ele era um gênio. Outro, quando suas belas jogadas não davam certo, para dizer que ele enfeitava demais e que não era eficiente, mesmo sendo o principal responsável pelas vitórias do Bar­­­celona.

Esses, que querem ser mais objetivos que a objetividade, são os mesmos que, quando o Barcelona perde, o que é raro, como na terça-feira, falam que o time toca a bola em excesso. Jogando assim, o Barcelona ga­­­nha a maioria das partidas, contra qualquer adversário.

Esses são os mesmos que analisam as partidas somente a partir dos resultados e do que os técnicos fizeram. São os mesmos que desaprenderam, ou que nunca souberam, o que é jogar um bom e bonito futebol.

Sei que cada um tem sua preferência. Respeito. A diversidade é essencial. Há muitos que gostam do Palmeiras das últimas vitórias e que não gostam do Palmeiras das últimas derrotas. Não gosto de um nem de outro.

Não vi também nenhuma di­­­ferença técnica, tática, nem de dedicação, entre o Palmeiras de várias vitórias, como as contra Cruzeiro e Atlético-PR, e do que perdeu as últimas partidas. Os resultados foram diferentes por causa de detalhes imprevisíveis e inexplicáveis. O mesmo serve para os outros concorrentes ao título, que alternam bons e maus momentos. Por isso, não tenho nenhum palpite sobre o que vai acontecer hoje.

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