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As melhores equipes brasileiras do ano foram as de Corinthians, no primeiro semestre, dirigida por Mano Menezes, Cruzeiro, na maior parte do ano, comandada por Adílson Batista, e, na reta fi­­nal do Brasileirão, Flamengo e Flu­­­­minense, treinadas por An­­drade e Cuca. O jovem Silas foi outro destaque entre os treinadores.

Luxemburgo, Muricy e Paulo Autuori, os três técnicos mais caros e mais famosos do Bra­­sileirão, não tiveram bons resultados.

Assim como nunca digo que um time só foi campeão por causa de um técnico, não falo também que um treinador fracassou. Há muitos fatores envolvidos na conquista de um título. O técnico é um deles. Muricy fez, no Pal­­meiras, o que fazia no São Paulo. Não piorou.

Alguns treinadores já começam as carreiras com ótimos resultados, como Guardiola e Dunga. Apesar da derrota, por 2 a 0, para o Palermo, o Milan melhorou com Leonardo. Passou dos últimos lugares para o segundo do Italiano; estava, até domingo, há dez jogos sem perder na competição; se classificou para a próxima fase da Copa dos Campeões, além de ganhar um jogo e empatar outro contra o forte Real Madrid.

Escrevo, regularmente, para a revista Don Balón, da Espanha. Na semana passada, pediram-me para falar do Milan. Isso é mais uma evidência de que o time italiano é, hoje, uma atração na Itália e na Europa. Obviamente, a importância não é minha coluna, e sim o assunto.

Ronaldinho tem jogado bem, porém ainda muito longe de seus grandes momentos. Mesmo se recuperasse sua melhor condição física e técnica, nunca mais jogaria como no Barcelona. Foi um momento especial em um time, um clube e uma cidade especiais. Por isso e por seus espetaculares talentos, vários jogadores do Barcelona foram eleitos melhores do mundo, como Ronaldinho (duas vezes), Ronaldo (duas vezes), Rivaldo, Romário e, neste ano, quase certo, Messi.

O Milan joga no mesmo esquema tático do Barcelona, com três atacantes (Ronaldinho, pela es­­querda, Pato, pela direita, e Bor­­riello, pelo centro), além do meia Seedorf, que se aproxima dos três.

Milan e Barcelona atuam no mesmo esquema, mas são times bastante diferentes. No Milan, os três atacantes e mais Seedorf ficam muito distantes da defesa. Fica um vazio no meio, com dois jogadores para proteger quatro defensores. Se não fossem as ótimas atuações de Dida e dos zagueiros Thiago Silva e Nesta, o time teria perdido mais partidas.

Já o Barcelona marca por pressão. Os defensores, armadores e atacantes ficam próximos. Isso facilita a troca de passes. O Bar­­celona tem enorme média, de quase 70%, de posse de bola. Isso ocorre porque o time gosta e toca bem a bola, e também porque toma a bola com facilidade.

Milan e Barcelona são bons exemplos de que não há mais razão em usar os números para explicar a maneira de jogar. Os números são frios e incompreensíveis. Os dois times atuam no 4–3–3 e são bastante diferentes.

O que define a estratégia de uma equipe é o tipo de marcação, ter ou não a posse de bola, a característica dos jogadores e a emoção de uma partida.

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