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Quando vejo uma partida de futebol, posso dizer se um jogador atuou bem ou mal. Sobre o técnico, muitas vezes isso não é possível, já que existe um grande número de fatores envolvidos no resultado. Com frequência, um técnico erra na vitória e acerta na derrota. Depois de conhecer o resultado, construímos, com bons de maus argumentos, um jogo que nem sempre existiu.

Não sei se Felipão errou mais que acertou no Chelsea. Mesmo com vários excelentes jogadores, o time inglês, antes de Felipão, já mostrava ser uma equipe lenta, previsível e com vários jogadores com mais fama que merecem.

Felipão é um craque na conversa ao pé do ouvido, com o braço por cima do ombro do atleta, quando diz palavras carinhosas, técnicas e francas. Por causa da língua, certamente teve muitas dificuldades para fazer isso, mesmo que tenha sido um ótimo aluno de inglês. Além disso, conversa ao pé do ouvido não deve ser um hábito na Inglaterra. Eles não devem ter gostado do jeito Felipão.

Belíssimo gol

O passe de Hernanes para Washington no segundo gol contra o Botafogo foi sensacional, mais bonito ainda que o gol que o armador fez no mesmo jogo. No passe, a bola, como se fosse guiada por um megacomputador, passou poucos centímetros acima da cabeça do defensor, que tentou alcançá-la, e não conseguiu. Nunca conseguiria.

Em uma fração de segundos, Hernanes calculou os movimentos do corpo do zagueiro e de Washington e a velocidade da bola. Chamam isso de inteligência cinestésica. Prefiro dizer que é um saber inconsciente, intuitivo. Ele sabe e faz, sem saber como sabe e como faz.

Comparações

O Corinthians continua com um bom e organizado time, como era no ano passado. Individualmente, não melhorou nem piorou. Os volantes Fabinho e Nilton (ou outros) estavam no mesmo nível que Túlio e Christian. Os atacantes Herrera e Dentinho têm a mesma qualidade que Jorge Henrique e Souza. Não tenho motivos para dizer isso, mas acho que Souza ainda vai fazer muitos gols.

Na última partida, o torcedor vaiou Souza e gritou o nome de Herrera. Por causa de seu estilo, a torcida gostava muito do argentino, que lembrava Tévez, outro argentino. Assim como Rooney, do Manchester, é um Tévez melhorado, Herrera é um Tévez piorado. Já Souza é um Obina melhorado e um Washington, um Keirrison, um Nilmar, um Kleber Pereira piorado.

Meias de ligação

Lúcio Flávio tem jogado muito recuado no Santos. Ele não tem velocidade para marcar no próprio campo e chegar ao ataque. Ele não é um Cleiton Xavier, um Hernanes ou um Ramires. Meias de ligação, como Lúcio Flávio, que atuam em pequenos espaços e que não participam da marcação, estão em baixa. Na Europa, são raros. A moda é formar armadores que marcam e atacam bem.

Fraco jogo

Com exceção dos belos lances individuais de Elano e Robinho nos dois gols, o conhecido talento de Júlio César, Lúcio e Juan e alguns ótimos passes longos de Pirlo, como no gol mal anulado no início do jogo, a partida foi fraca. A Itália foi pior, sem mostrar nenhum bom atacante.

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