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O clássico entre Botafogo e Vasco foi mais vibrante e de melhor qualidade técnica que o entre São Paulo e Palmeiras.

Não há dúvidas de que evoluiu o futebol carioca, desde o Brasileiro do ano passado. Com exceção do Fluminense, os grandes times do Rio melhoraram na formação dos elencos, na parte tática, na maneira mais rápida de jogar, na marcação e na preparação física.

O Fluminense continua mal, por causa das constantes trocas de treinadores e de jogadores. A derrota para o Americano serviu para muitos perceberem que o problema não é só Carlos Alberto. Pior ainda sem ele.

Carlos Alberto só não pode ser o líder, o craque do time. Ele nunca foi líder nem craque. Ele é apenas um bom jogador, bastante habilidoso, mas não tem grande talento.

O talento é muito mais que habilidade. O talento depende também da técnica, da criatividade, das qualidades físicas e emocionais e de muitas outras coisas que não podemos avaliar nem medir.

O Vasco está no mesmo nível do Brasileiro do ano passado, quando perdeu a vaga para a Libertadores, na última rodada.

O Flamengo melhorou e tem um bom e organizado time. Nada especial. As derrotas na Taça Rio não significam queda de qualidade, já que a equipe está na final e poupou jogadores e energia para a Libertadores.

Se o torcedor do Flamengo percebesse que Souza é melhor que Obina, passaria a apoiá-lo e ele faria ainda mais gols. Mas, como toda paixão é cega, será difícil para a torcida enxergar a realidade.

Não sei se o Botafogo será campeão estadual nem se a maneira inovadora de jogar da equipe é a melhor para a maioria das partidas, mas dá gosto ver o time marcando mais de perto, tomando a bola com facilidade, trocando passes e chegando com velocidade e com muitos jogadores ao ataque. Falta fazer isso com mais freqüência.

O Botafogo tem jogado com três zagueiros, três no meio-de-campo e um meia ofensivo (Lúcio Flávio) próximo dos três da frente. Os dois atacantes pelos lados, Zé Roberto pela direita e Jorge Henrique pela esquerda, se movimentam bastante, entram pelo meio e ainda marcam os laterais adversários. Os volantes Túlio e Joílson desarmam e chegam ao ataque para finalizar.

Por outro lado, não há um lateral ou ala fixo. O time deixa muitos espaços pelos lados para o adversário, pois, com freqüência, não dá tempo para um zagueiro ou um armador chegar à lateral. O Barcelona jogou assim contra o Liverpool e se deu mal.

Em vez de três zagueiros, seria melhor, mais fácil e mais simples jogar com dois, além de dois volantes e dois laterais se alternando no apoio. Enquanto um avança, o outro se posiciona como um terceiro zagueiro.

No Goiás, Cuca também teve sucesso com a escalação de três atacantes. Jogavam Dimba pelo centro, Grafite pela direita e Araújo pela esquerda, que brilha atualmente no Cruzeiro. Muitas equipes na Europa têm jogado dessa forma, mas todas atuam com dois zagueiros e dois laterais, e não com três zagueiros.

Individualmente, o Botafogo é um time comum. Quando surgiu no futebol, Dodô tinha tudo para se tornar um craque-artilheiro e da seleção. Chegou perto. Faltou mais compreensão da mídia e dos torcedores para com o seu sorriso e sua descontraída maneira de jogar.

Dodô não teve também regularidade, apesar de alguém já ter dito que regularidade é virtude dos medíocres.

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