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Botafogo e Cruzeiro fizeram uma excelente partida no domingo. Mesmo durante o tempo em que havia onze jogadores de cada lado, o Botafogo foi melhor. O time adiantou a marcação, desarmou com facilidade, trocou passes, pressionou e criou mais chances de gols. Fábio foi um dos destaques. Mas quem venceu foi o Cruzeiro, também com méritos.

Toda equipe que marca mais na frente, como o Botafogo, deixa mais espaços na defesa para o contra-ataque. Assim saíram os dois primeiros gols do Cruzeiro, mesmo com dez jogadores.

Dodô e Zé Roberto, que entrou no segundo tempo, fazem falta. André Lima tem feito tantos gols quanto Dodô, porém não tem a participação coletiva nem dá passes como o titular. André Lima é um artilheiro. Dodô é um craque-artilheiro.

Há um exagero nas críticas ao goleiro Júlio César. Sei que ninguém vai concordar comigo. No segundo gol, a falha grave foi do árbitro, já que o defensor não tinha intenção de atrasar a bola. No terceiro gol, é difícil para qualquer goleiro calcular a velocidade da bola quando o cruzamento é forte e em curva. O goleiro acha que dá para pegar e não dá.

No primeiro gol, Júlio César pressentiu o lançamento longo e, acertadamente, tentou chegar antes que Guilherme. Ele foi mais rápido e deu um toque magistral por cima. Se Júlio César esperasse dentro da área, seria mais fácil fazer o gol.

Guilherme já é um excelente jogador e poderá se tornar um craque. Ainda não é. Para isso, vai precisar melhorar a técnica e suas condições físicas. Terá ainda de vencer os perigos da fama e da vida. Não é fácil.

É raro ver hoje jogador que, numa fração de segundos, mapeia tudo que está à sua volta e coloca o companheiro livre para marcar. Outras vezes, Guilherme faz o gol, pois finaliza muito bem.

Para se formar um craque ou um grande time, é necessário unir a técnica com a arte. Em alguns esportes, como no vôlei, predomina a técnica. Os fundamentos são bastante treinados e executados durante a partida. Há poucas surpresas. No futebol é diferente. A técnica é importante, mas nem tanto, já que em um lance podem ocorrer dezenas de possibilidades.

Imagino que não exista arte sem técnica. Para jogar bonito e vencer é preciso jogar bem. Há técnica sem arte? Quem joga bem, joga também bonito? Deixo a resposta para os filósofos. De qualquer forma, não faz sentido a discussão entre o futebol técnico, científico e de resultados com o futebol arte, bonito e de espetáculo.

A festa acabou

A festa do Pan foi bonita, organizada, o futebol feminino deu show, o Brasil evoluiu, ganhou mais medalhas e a população chorou abraçada na bandeira brasileira.

Depois dessa onda de patriotismo, comandada pelos animadores da televisão, que às vezes omitiam informações sobre o adversário para valorizar as medalhas conquistadas pelo Brasil, é hora de voltar ao noticiário dos crimes no Rio, de ver o que vai ficar de bom do Pan para a cidade, de pagar as contas e de apurar os absurdos gastos, muito acima do previsto.

tostaocoluna@hotmail.com

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