Entre tantos gols que vi o Romário fazer, o que mais me impressionou, não por ter sido um dos mais importantes e bonitos, e sim pela estranheza e dificuldade, foi o contra a Holanda na Copa de 94.
Após a partida, voltei do estádio e fiquei, junto com Armando Nogueira, vendo os detalhes pela tevê em vários ângulos, para tentar compreender o incompreensível.
Bebeto entrou pela esquerda e passou para o Romário, que corria pelo meio. Ele ficou um pouco longe da bola e se esticasse a perna para tocá-la, provavelmente perderia o gol. Romário deu um impulso, ficou com os dois pés no ar e com o direito, sem apoio, colocou a bola no canto, com a parte de cima do pé.
As maiores virtudes do Romário não eram a sua excepcional técnica na finalização e a sua serenidade e frieza diante do goleiro. Era a sua genial relação com o espaço em sua volta, com o tempo e com os movimentos do seu corpo, dos companheiros e dos adversários.
Campeão da Europa
Milan e Liverpool fazem hoje a final da Liga dos Campeões da Europa. Não há favorito. Se tivesse, apostaria no menos cotado.
O Liverpool tem somente um jogador fora-de-série, Gerrard, e um time organizado, disciplinado, pragmático, que não encanta nem surpreende, mas que erra pouco e faz bem tudo que pode. A equipe joga com duas linhas rígidas de quatro, que avançam mais ou menos de acordo com o jogo, além de dois atacantes.
O Milan jogou mal durante a maior parte do ano, porém foi eficiente nos mata-matas. A equipe atua com quatro defensores, três volantes, um meia de ligação (Seedorf) e o Kaká mais adiantado, livre, entre o meia e o centroavante e sem precisar recuar para marcar no meio-de-campo, como fazia.
Dos três volantes, o do meio, Pirlo, que joga mais recuado, é o que tem mais talento e melhor passe. O mesmo ocorria na seleção da Itália, campeã do mundo em 2006. Outros treinadores deveriam perceber que o chamado primeiro volante, como Pirlo, é o que, além de marcar bem, precisa ter o passe mais eficiente, rápido e para frente, para iniciar as jogadas ofensivas e surpreender a marcação.
Kaká, Gerrard, Drogba e Cristiano Ronaldo são os quatro mais fortes candidatos ao título desse ano de melhor do mundo. Não é coincidência cada um jogar em um dos quatro times que fizeram a semifinal. Os melhores da temporada são os que atuam nas equipes que chegam na frente. No próximo ano, podem ser outros.
Segundo time
Pelo fato de o Botafogo jogar um futebol ousado e bonito, ter passado recentemente pela segunda divisão, ter um presidente confiável que tenta recuperar as glórias e finanças do clube e possuir um técnico que já merece ganhar um título nacional, grande número de pessoas que não é torcedor do Botafogo, nem do Figueirense, Fluminense e Brasiliense, vai torcer para o Botafogo ganhar a Copa do Brasil.
Mas será difícil. Mário Sérgio, um técnico que adora marcar e contra-atacar, tem hoje as condições ideais para isso, pois o Figueirense possui a vantagem de dois gols e o Botafogo deixa muitos espaços na defesa.
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