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Na derrota para o Once Caldas, pela Libertado­­res, o São Paulo jogou com duas linhas de quatro e dois atacantes. É raro um time brasileiro atuar dessa forma.

Não vi a goleada do São Paulo, sobre o Monte Azul, pelo Paulista, nem sei qual foi a formação tática. Não dá para ver todos os jogos dos estaduais, ainda mais de time grande contra pequeno. Não tenho também o hábito de analisar partidas pelos melhores momentos, pelo que outros disseram e por informações da internet.

Segundo os historiadores, o esquema tático com duas linhas de quatro (4–4–2) começou com os ingleses, campeões do mundo em 1966. Após 44 anos, talvez seja ainda a maneira de jogar mais frequente no mundo.

Fora o esquema com três zagueiros, os outros são variações do tradicional 4–4–2. Muitos times jogam com uma linha de três no meio e mais um meia, na ligação com os dois atacantes (4–3–1–2). Outros preferem ter três no meio, um atacante de cada lado e um centroavante (4–3–3). A moda hoje é jogar com dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante (4–2–3–1).

Não se deve confundir o tradicional 4–4–2 europeu, com um meia de cada lado, com o esquema, muito frequente no Brasil, de ter dois meias livres e próximos dos dois atacantes (4–2–2–2).

Os números servem hoje apenas como referência para treinadores e comentaristas. A estratégia depende muito mais do estilo dos jogadores. Um time que tem um meia de cada lado, com características de armadores, será bem diferente de outro com dois meias nas mesmas posições, porém com características de atacantes.

O esquema com duas linhas de quatro pode ser ofensivo ou defensivo. Se o time toma a bola mais à frente, vai chegar com vários jogadores ao ataque. Se a equipe marca mais atrás, com oito jogadores próximos à área, será bastante defensivo.

O esquema com duas linhas de quatro privilegia as jogadas ofensivas pelos lados, com os meias formando duplas com os laterais.

Contra o Once Caldas, o São Paulo jogou com duas linhas de quatro, mas com os jogadores em posições trocadas. Cléber Santana, um volante, atuou, pela esquerda, como um meia, defendendo e atacando. Jorge Wágner, que joga bem nessa posição, atuou de lateral, posição que deveria ter sido ocupada por Richarlyson, que jogou de volante.

Na maioria das vezes, é fácil para o comentarista e o técnico saberem, nos detalhes, quais são as posições e funções dos jogadores. Isso torna as equipes previsíveis e fáceis de ser marcadas. Difícil é saber quais são as posições de Neymar, Uéslei e outros do Santos. Eles estão em todos os lugares. Confundem a todos.

O drible (chapéu) que Neymar deu em Chicão, com a bola fora de jogo, foi um gesto espontâneo, como se ele estivesse em uma pelada de infância, sem nenhuma intenção de menosprezar o adversário. Neymar já demonstrou que sabe brincar e jogar com seriedade. Há hora para tudo. Além disso, os grandes talentos brincam com seriedade.

A turma do politicamente correto, que acha que todo lance tem de ter um objetivo, protestou. São uns chatos.

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