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Como gosta de dizer Mauro Cezar Pereira, brilhante comentarista da ESPN Brasil, houve no fim de semana mais um pênalti à brasileira, a favor do Corin­­thians, que não deveria ser pênalti no Brasil, na Europa nem em nenhum lugar do mundo. Esse tipo de erro acontece toda rodada, a favor de diferentes clubes.

Cada vez mais os jogos no Brasil são decididos pelos árbitros. Pênalti é tão decisivo que só deveria ser marcado quando houvesse certeza. Dizer que falta fora e dentro da área são a mesma coisa, porque a regra não faz essa distinção, é uma visão operatória e ingênua.

Foi mais um pênalti virtual. No momento do lance, raríssimas pessoas acharam que foi pênalti. Depois de assistir ao lance mil vezes, comentaristas, ex-árbitros ou não, e seus milhões de seguidores passaram a valorizar o que não tem nenhuma importância. A câmera lenta, nesses casos, atrapalha mais do que ajuda.

Querem transportar a regra para o lance. É o contrário. Temos de observar primeiro e depois confirmar se o que vimos está na regra. Seria como um médico diagnosticar a doença pelo que leu, e não pelo que viu. As pessoas estão perdendo a capacidade de observar. São os Zé-Regrinhas. Adoram regras, que decidem para eles.

Mudo de assunto. Hoje, contra a Argentina, Mano Menezes deve manter o esquema com quatro defensores, dois volantes, três meias (Robinho, pela direita, Ronaldinho, pelo centro, e Ney­­mar, pela esquerda) e mais um centroavante (André). Quando o time perder a bola, Robinho e Ney­­mar voltam até o próprio campo para fazer com os volantes uma linha, torta, de marcação. Ronaldinho jogará livre. Outra possibilidade é entrar mais um jogador no meio de campo, Elias, e sair Neymar ou André.

Pensando na renovação e na Copa de 2014, não entendi a convocação de Ronaldinho, hoje re­­serva no Milan. Se for para me­­lhorar a qualidade para esse jogo, outros jogadores, como Lúcio e Roberto Carlos, deveriam ter sido chamados, já que são ainda os melhores de suas posições.

Desde 1982, com Falcão, o Brasil não tem um craque no meio de campo. Teve e tem bons jogadores. O principal motivo disso é que os técnicos, já nas categorias de base, colocam os armadores mais talentosos para jogar como meias ofensivos.

Procura-se, com urgência, com poucas chances de achar nos próximos anos, um fora de série no meio de campo. Quem descobri-lo terá a eterna gratidão dos que gostam de futebol bonito e eficiente.

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