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Johannesburgo - Algumas mudanças de posição de jogadores são benéficas aos atletas e aos times. Podolski, da Ale­­manha, por ser veloz, ser ca­­nho­­­­to e cruzar bem, passou a jogar melhor quando trocou de posição, de segundo atacante para atuar do lado esquerdo, quase como um ponta, defendendo e atacando.

Schweinsteiger, por ser habilidoso, ter bom passe e marcar bem, também melhorou quando saiu da posição de jogador pelos lados para atuar de volante. Todas essas mudanças foram testadas, durante grandes períodos, pelo técnico alemão, antes do Mundial.

Muitas outras mudanças foram para pior. Treinadores europeus adoram mudar a posição dos jogadores, principalmente os melhores, por motivos práticos. Se o time ganha, por muitos outros motivos, o técnico é elogiado, já que a maioria das análises é feita pelos resultados.

A antiga máxima de que o técnico deve formar o time de acordo com as características dos jogadores, principalmente dos melhores, não vale para os técnicos europeus, que têm muitos seguidores no Brasil.

O inglês Gerrard é excelente pela direita, por seus cruzamentos fortes e de curva, com a bola saindo do goleiro. Jogou a Copa pela es­­querda, torto.

Xavi joga no Barcelona de se­­gundo volante, marcando e iniciando as jogadas no seu próprio campo. Na seleção, atua mais à frente, como um meia de ligação. A única virtude que Xavi não tem é finalizar bem.

Cristiano Ronaldo, que se destaca pelas finalizações, velocidade e dribles pelos lados, atuou contra o Brasil de centroavante, sozinho na frente, de costas para o gol, contra os excepcionais Juan e Lúcio. Jo­­gando assim, nem Pelé brilharia.

Um repórter da BBC de Londres me perguntou por que Robinho joga melhor no Santos e na seleção. Disse a ele que o técnico do Manchester City empobrece o futebol. Ao colocar Robinho fixo pela esquerda, sem a liberdade de se movimentar por todos os lados, o treinador atrapalha seu talento. Para fazer o que o técnico quer, ele prefere o medíocre Bellamy.

Se o técnico do Brasil fosse um europeu, certamente colocaria Robinho pela esquerda, fixo, no es­­quema da moda na Europa, com uma linha de três meias. Ainda bem que Dunga não foi nessa onda. Dunga tem deficiências, mas não é um "Maria vai com as outras".

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