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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Escola de pilotos

Uma das principais novidades será a escola de pilotos de Dragsters. Os empresários compraram 12 dessas máquinas e em breve deverão abrir seus cockpits para interessados. "Eu tive uma experiência nos Estados Unidos de participar de um curso assim. Fui piloto de kart, mas não dirijo nada a não ser meu carro de passeio. Fiz esse curso e foi muito legal. No começo foi difícil, mas depois andei a 260km/h e me senti seguro para acelerar", comentou Jhonny Bonilha.

A idéia é abrir para todos os interessados, com preferência para pilotos. "A gente vai criar essa categoria para termos uma competição durante a temporada e será aberta aos pilotos, mas aquele cara que tem um sonho de sentar num carro desses e tem um pouco de condição financeira, fará o curso e se for bem pode até seguir com a carreira". O investimento será "salgado", mas os preços ainda não foram definidos. "Eu não poderia falar em valores agora porque estamos buscando patrocínios, mas em dezembro já teremos tudo acertado".

No local também haverá espaço para aluguel de karts e futuramente também será criada uma escola de automobilismo. "Nós temos essa experiência no kartódromo de Tarumã e já revelamos vários pilotos. Além disso, lá temos cerca de 30 mil pessoas cadastradas que freqüentam o local com freqüência para se divertir".

Bonilha tem um projeto mais ambicioso. "Além da escola de Dragster, da escola de pilotos de kart e carros de corrida, vamos criar uma escola de formação de mecânicos e chefes de equipe. Isso acontece na Europa e a mão de obra no Brasil é bem escassa. Vamos abrir um novo mercado". (ELK)

Difundir, não centralizar. O complexo automobilístico Velopark, apresentado nesta quarta-feira para a imprensa especializada de todo o país, fica localizado na cidade de Nova Santa Rita, distante aproximadamente 30 quilômetros de Porto Alegre, e traz como sua "menina dos olhos" uma pista de arrancada para fortalecer o esporte na região. Com 402 metros e dentro de todas as normas exigidas pela National Hot Rod Association (NHRA), a reta será utilizada por praticantes de todo o país, que terão um calendário fixo e extenso de competições.

Até hoje o Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), localizado na cidade de Pinhais, região Metropolitana da capital paranaense, era o único do país indicado para a prática da popular e polêmica categoria do automobilismo. A partir de março de 2008, quando deve ser inaugurado, o Velopark promete rivalizar – de maneira sadia, segundo os organizadores – com a praça esportiva paranaense.

Um dos idealizadores do projeto, o piloto de arrancada Felipe Johannpeter, explica como surgiu a idéia. "Iniciamos nossa participação nas pistas de Curitiba há 3 anos. Como já trabalhamos com o automobilismo aqui no kartódromo do Tarumã (região de Porto Alegre) e recentemente fizemos viagens para conhecer pistas lá fora, decidimos tocar esse projeto. A idéia surgiu há 4 anos e nos últimos dois estamos em obras. O objetivo é que já em março de 2008 a gente possa abrir para o público".

O piloto Alejandro Sanchez, penta-campeão Paranaense de Arrancada (percorreu os 402 metros do AIC em 5seg494, com 390km/h) acredita que o esporte ganha com o novo empreendimento. "Corremos só em Curitiba, já que para o nosso tipo de carro (os Dragsters) precisamos de uma reta com os 402 metros. Espero que isso (o Velopark) seja um grande divisor de águas para a Arrancada no país. Espero que agora ela fique mais profissional e que o nosso esporte pare de ser visto apenas como um ‘racha’ de carros".

O comentarista da TV Globo e mestre de cerimônias do evento, Reginaldo Leme, reconhece a Arrancada como uma categoria em crescimento. "Eu acho eles merecem mais respeito. Uma vez eu fui a Curitiba acompanhar o desafio Brasil x Argentina e confesso que o barulho, os ‘graves dos motores’, era um negócio que balançava o autódromo e a alma da gente. É de arrepiar mesmo".

Estrutura completa

Além da pista de Arrancada, o Velopark terá duas pistas de kart (que podem se transformar em uma, com extensão de 2,5km), espaço para shows e um projeto para a construção de um circuito misto. "Os traçados têm muito a ver com o terreno. Fizemos dentro de todas as normas, com recuos e áreas de escape, tentando aproveitar ao máximo a topografia do local. Mantivemos árvores nativas e já plantamos outro tanto para conservar um espaço verde em todo o parque. Vários pilotos nos ajudaram a escolher pontos de ultrapassagens e locais de maior velocidade e segurança", explicou Sérgio Lima, sócio do empreendimento.

O comentarista esportivo Reginaldo Leme gostou do que viu. "A estrutura é fantástica. A gente vê um automobilismo norte-americano forte, por exemplo, correndo em várias cidades – lá a Stock Car deles é chamada de categoria caipira – e esse espaço é um exemplo para o país. Aqui eles pensaram no público também, não só nos competidores. Em breve terão condições de receber as mais importantes categorias do automobilismo. Não uma Fórmula 1, que é um pouco mais complicado, mas outras de mesma importância".

O piloto Alejandro Sanchez acredita que o público vai adorar o local. "O público lá em Curitiba é de 20 mil pagantes por prova. Aqui não vai ser diferente e talvez tenhamos até mais pessoas. Eu tô feliz que a partir de agora vamos ser mais vistos. Eu já fui ver pistas lá fora e essa não deve nada, já que tem boxes e toda uma estrutura que normalmente não têm lá. Será um espaço para a família".

O investimento até agora foi de R$ 30 milhões, com previsão de gastos de pelo menos mais 20 milhões. A área total do Velopark é de 680 mil metros quadrados, o que equivale a cerca de 68 campos de futebol.

Calendário e categorias

A intenção é trazer já em 2008 uma grande competição de kart para inaugurar o espaço. O calendário terá várias etapas do campeonato de arrancada, arrancada de tratores, 500 milhas de kart e campeonato brasileiro, encontros de carros antigos e motos, lançamentos de automóveis e arrancada para pessoas comuns. "Queremos incentivar aqueles que não são pilotos para que sempre que quiseram acelerar, não o façam nas ruas. Façam aqui no autódromo", disse Jhonny Bonilha, o terceiro dos sócios. A idéia é semelhante a um projeto já existente em Curitiba chamado "categoria desafio", que ocorre sempre em campeonatos de Arrancada.O objetivo dos organizadores é, aos poucos, atrair as mais importantes competições do automobilismo nacional e até mundial. "Estivemos no ano passado num evento da Nascar. Eles querem popularizar o esporte fora dos EUA, já que 95% dos pilotos são americanos.É uma preocupação deles e por isso poderemos, no futuro, até receber uma prova de Nascar aqui", disse Bonilha. Stock Car e outras categorias, como a GT3, Porsche Cup e WTCC também interessam aos organizadores.

* O jornalista viajou a convite dos organizadores

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