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A Copa América, que começa no dia 26 de junho, na Venezuela, pode ser decisiva para as pretensões do técnico Dunga no comando da seleção brasileira. Nos últimos anos, competições como o torneio continental e a Copa das Confederações têm dado moral ou colocado treinadores do Brasil à beira do abismo no cargo.

A garantia do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que Dunga será mantido no cargo mesmo com um fracasso na competição pode cair por terra se o histórico do dirigente for analisado. Em duas ocasiões, um fiasco na Copa América ou na Copa das Confederações acabou tirando um treinador do comando da seleção brasileira.

- Depende muito do resultado e da derrota. Se a seleção brasileira tiver uma eliminação catastrófica, deixando de se classificar para a segunda fase, acho que o Dunga pode ser demitido. Mas, por exemplo, se perder em uma decisão para a Argentina... - analisa Paulo César Vasconcellos, comentarista do "SporTV".

As quedas

Em 1991, por exemplo, Paulo Roberto Falcão foi demitido após fracassar na Copa América. Naquele torneio, o Brasil foi vice-campeão e a Argentina ficou com o título. A seleção conquistou quatro vitórias, duas derrotas e um empate. O resultado sobrou para o treinador, substituído por Parreira.

Dez anos depois, Emerson Leão foi demitido. Com a mesma promessa feita a Dunga, de que permaneceria no cargo mesmo com um fracasso, o treinador perdeu algumas partidas para adversários sem expressão (Austrália, Canadá e Japão) e deixou a seleção em quarto lugar na Copa das Confederações. O treinador foi demitido no aeroporto de Narita.

Para o repórter Maurício Fonseca, do jornal "O Globo", Dunga precisa de um bom resultado para se manter no cargo.

- A Copa América é a segunda competição mais importante junto com a Copa das Confederações. O Ricardo Teixeira deixou claro que não vai mexer com a estabilidade do Dunga, mas, em seleção brasileira, isso é relativo. Se o Dunga tiver um resultado catastrófico, sair na primeira fase, a pressão será muito grande e acredito que o Dunga não agüente - diz o jornalista.

Francisco Aiello, da "Rádio Globo", também prevê dificuldades para o técnico Dunga, caso a seleção não passe da primeira fase.

- Penso que uma demissão do técnico Dunga só ocorreria se acontecesse uma campanha ruim da seleção brasileira na primeira fase da Copa América ou em oitavas-de-final. Seria insustentável para o treinador. De nada adianta a garantia do presidente Ricardo Teixeira de que ele fica. O mesmo dirigente fez o mesmo comentário com o técnico Leão e um resultado ruim na Copa das Confederações acabou tirando o treinador. Não acredito nesse voto de confiança irrestrito do presidente da CBF ao Dunga - diz Aiello.

Por outro lado, alguns treinadores já foram mal em uma das competições, mas não foram demitidos. O caso mais recente foi do técnico Luiz Felipe Scolari. Na Copa América de 2001, a seleção foi derrotada por Honduras nas quartas-de-final do torneio. Mesmo assim, Felipão foi mantido e um ano depois venceu a Copa do Mundo.

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