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O artilheiro Suárez passa voando sobre os fotógrafos para comemorar ao lado dos reservas uruguaios o gol que classificou a Celeste para as quartas de final | Lee Jae-Won/ Reuters
O artilheiro Suárez passa voando sobre os fotógrafos para comemorar ao lado dos reservas uruguaios o gol que classificou a Celeste para as quartas de final| Foto: Lee Jae-Won/ Reuters

Muralha

Muslera supera Mazurkiewicz

Folhapress

A defesa uruguaia foi vazada ontem pela primeira vez no Mundial, mas fez história. Muslera virou o goleiro uruguaio que ficou mais tempo sem levar gol em Copas. Ele precisava só de sete minutos para superar a marca de Mazurkiewicz, que ficou 277 minutos invicto entre os Mundiais de 1966 e 1970. Nas oitavas de final, contra a Coreia do Sul, Muslera levou gol aos 23 minutos do segundo tempo, ficando portanto 338 minutos sem ser batido.

Muslera contou com a sorte ontem logo aos 5 minutos, quando Park Chu Young carimbou sua trave direita em cobrança de falta. O goleiro uruguaio apenas ficou torcendo para sua invencibilidade ser mantida. Só foi fazer uma intervenção aos 12 minutos, quando socou uma bola.

Em 1930 e 1950, anos em que o Uruguai conquistou a Copa, a equipe passou a primeira fase sem levar gols. Mas nessas campanhas fez poucos jogos no início.

Muslera foi apenas o quarto goleiro a ser usado pelo Uruguai nas Eliminatórias. Ganhou sua posição na vitória fora de casa por 2 a 1 sobre o Equador. Considerado bom tecnicamente, mas com pouca liderança, ele lucra com a presença do capitão Lugano à sua frente.

Em termos estatísticos, o duelo ­­­de ontem decretou um massacre ­­­dos sul-americanos em relação aos asiá­­ticos em Mundiais. Em 14 jogos, for­­­am 12 vitórias da América do ­­Sul e apenas 2 empates. Os times do outro lado do mundo nunca venceram.

  • Veja a ficha técnica do jogo Uruguai X Coreia do Sul

O bicampeão mundial Uruguai (1930 e 50) não chegava tão longe em uma Copa desde 1970, quando perdeu a semifinal para o Brasil. No jogo de ontem contra a Coreia do Sul, o primeiro das oitavas de final, a Celeste não foi tão consistente como na primeira fase. Chegou a ser dominada pelos asiáticos na maior parte do tempo. Mas uma atuação inspirada do atacante Luís Suárez fez a diferença.

Um golaço dele, aos 35 minutos do segundo tempo, garantiu a classificação para enfrentar Gana. O camisa 9 pegou um rebote, limpou a marcação e bateu colocado. A bola ainda tocou na trave esquerda de Jung Sung Ryong antes de entrar. Festa sul-americana debaixo de chuva em Port Elizabeth – os cinco representantes do continente continuam na disputa.

"Não pude acreditar quando vi ela entrar", disse Suárez, que voou por cima dos fotógrafos para comemorar com os reservas atrás do gol. Com os dois gols de ontem, ele chegou a três no Mundial, se igualando ao argentino Higuaín, ao espanhol David Villa e ao eslovaco Vittek na artilharia. Na temporada europeia, já havia sido o goleador do Campeonato Holan­­dês, pelo Ajax, com 35 gols.

O placar foi aberto logo aos 8 minutos. Depois do cruzamento de Forlán, o goleiro sul-coreano perdeu o tempo da bola e Suárez completou. Mas o Uruguai recuou muito. O time asiático foi gradativamente dominando a partida e intensificou a pressão no segundo tempo. Aos 23 minutos Lee Chung Yong aproveitou uma bola mal afastada pela defesa e uma saída estranha do goleiro Muslera para empatar. Foi o primeiro gol sofrido pelo Uruguai na África do Sul.

A partir de então as ações se inverteram. "Antes do 1 a 1, eles estavam muito melhor. Depois recuaram um pouco e isso nos deu confiança", analisou Suárez, que precisou mesmo de confiança para acertar o chute decisivo.

"Estamos entre os oito melhores. É verdade, mas ainda soa meio estranho. Parece mentira. Fazia tempo que buscávamos isso e não conseguíamos", comemorou o técnico Oscar Tabárez. Ele também era o comandante na última vez que a seleção chegou às oitavas de final, em 1990.

Do lado derrotado, restou ao técnico Huh Jung Moo lamentar as oportunidades desperdiçadas. "Criamos muitas chances de gol, mas não as concretizamos. Falhamos no momento de definir. Aí esteve nosso maior erro e pagamos caro."

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